Em mais um esforço para reduzir o desmatamento na Amazônia, o governo Pará anunciou nesta sexta-feira durante a COP-28, em Dubai, um programa visando a rastreabilidade individual do seu rebanho de bovinos até 2026.
A iniciativa terá apoio da JBS, que vai fortalecer os seus investimentos no Estado para promover a rastreabilidade e melhorar a produtividade de pequenos produtores. Um projeto piloto terá início entre os fornecedores do frigorífico da companhia em Marabá.
A principal meta do programa estadual é ter 100% do rebanho com chips — os famosos brincos — para a rastreabilidade individual até 2026. O Estado também quer atingir a totalidade dos Cadastros Ambientais Rurais validados até dezembro de 2026 e promover a recuperação de 20% da área de pastagens degradadas.
Anunciada em um painel que teve a presença dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, a iniciativa contará com um aporte de R$ 5 milhões da JBS para o Fundo Amazônia Oriental, que pertence ao governo paraense.
Durante o painel em Dubai, a diretora de assuntos corporativos da JBS, Marcela Rocha, abordou uma pergunta que, volta e meia, a companhia recebe. Afinal, por que não deixar de operar com frigoríficos na Amazônia, resolvendo um desafio corporativo de maneira rápida? “Virar as costas não significa que o desmatamento não existirá mais”, respondeu a executiva.
Para a JBS, a solução passa por parcerias como a anunciada hoje pelo governo do Pará. “Essa é uma iniciativa que é inteligente, que é corajosa. Com rastreabilidade, vamos querer ficar, abrir mais plantas, gerar empregos, porque vou ter segurança para produzir. O Pará pode ser o piloto para o Brasil, para aprendemos nesse processo”, disse Rocha.
Ao todo, a JBS investirá R$ 43,3 milhões nos próximos três anos em apoio ao programa, especialmente em iniciativas para pequenos produtores. Além de liderar o projeto piloto para a implementação dos chips, a JBS vai reforçar os seus programas de regularização ambiental e de adoção de sistemas agroflorestais que já vinha apoiando no Estado.
É o caso dos escritórios verdes, em que a empresa fornece apoio técnico e financeiro para a regularização de pecuaristas, e de projetos financiados pelo Fundo JBS pela Amazônia, como o Juntos, que visa aumentar a produtividade e rentabilidade de pequenos pecuaristas, e o RestaurAmazônia, que apoia sistemas agroflorestais de produção.
Com 26,7 milhões de cabeças de bovinos, o Pará detém o segundo maior rebanho do país — só atrás de Mato Grosso.