Agricultura Regenerativa

A barreira cultural para deslanchar a análise de solo

Falta ao produtor conhecimento sobre a qualidade das análises e da coleta das amostras de solo, diz CEO da Ribersolo

A infraestrutura precária é usualmente apontada como um dos principais desafios para a indústria de testes de solo do Brasil. Considerando as longas distâncias entre as regiões produtoras e as cidades e as condições ruins das estradas em geral, transportar amostras de solo das fazendas para os laboratórios geralmente é um desafio para as empresas.

Mas, para Victor Campos, CEO da Ribersolo, um dos primeiros laboratórios privados do Brasil focados em agricultura, o maior desafio para o desenvolvimento do setor é a conscientização — a educação dos produtores sobre a qualidade das análises e da coleta das amostras.

“O uso das análises é popularizado. A preocupação com a qualidade das análises é restrita a um público mais técnico”, disse ao The AgriBiz, lembrando que existem muitos laboratórios regionais no País e, muitas vezes, obsoletos.

Outro ponto que precisa ser mais difundido entre os agricultores são os diferentes tipos de análises de solo — os brasileiros geralmente compram apenas testes de solo para obter dados sobre fertilidade.

A percepção dos produtores de que o teste de solo é um serviço caro é outro obstáculo, que pode ser facilmente superado mostrando os números, mas isso requer um extenso trabalho de catequização.

“A análise representa menos de 1% do custo de produção e impacta todos os insumos, que equivalem a 30% dos custos dos produtores”, afirma o CEO da Ribersolo. “O desafio educacional e cultural é enorme”.

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