União Europeia Brasil

Para oficializar a retomada do sistema de pré-listing para as exportações brasileiras de carne de frango, a União Europeia pediu ao Ministério da Agricultura que libere o mesmo sistema para uma série de produtos de origem animal e vegetal produzidos no Velho Continente, apurou The AgriBiz.

A decisão europeia de retomar o pré-listing foi comunicada em 23 de outubro pelo comissário europeu Christophe Hansen, durante uma reunião com o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua.

Na ocasião, o Ministro a Agricultura, Carlos Fávaro, comemorou o anúncio europeu, mas ainda não estava claro se haveria uma contrapartida brasileira para obter o pré-listing.

Uma fonte a par das negociações disse à reportagem que os europeus só vão formalizar o pré-listing do frango depois que o Ministério da Agricultura aceitar os pedidos e formalizá-los.

Em Brasília, a expectativa é que o pleito europeu será aceito. Há quem diga que um anúncio poderia ocorrer até sexta-feira.

Para liberar o sistema que facilita a habilitação de frigoríficos brasileiros aptos a exportar carne de frango ao bloco, a União Europeia pediu que o Brasil aceite o pré-listing para as exportações de lácteos de países como Holanda, Irlanda, Finlândia, Polônia e Letônia.

A inclusão dos lácteos ocorre num momento em que os pecuaristas se ressentem da inundação de leite em pó importado do Mercosul, o que chegou a gerar algumas dúvidas.

Apesar disso, o pré-listing que deve ser concedido aos europeus não deve ter grande impacto na balança comercial leiteiro, segundo analistas. “Em uma análise preliminar, não vejo grandes prejuízos”, disse o coordenador da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Guilherme Souza Dias.

Gustavo Beduschi, diretor-executivo da Viva Lácteos (a associação que representa os laticínios brasileiros), fez análise semelhante. “O impacto será muito pequeno, se houver”, resumiu.

Apesar de facilitar a habilitação de laticínios europeus de exportar para o Brasil, a decisão não mexe com a tarifa de importação de 28% que é cobrada. Também por isso, potências leiteiras como a Holanda exportam um volume irrisório para o Brasil, basicamente concentrados em queijos finos.

Além dos lácteos, os europeus pedem que o Ministério da Agricultura aceite o sistema de pré-listing para carne suína e carne bovina de França, Holanda e Polônia, pescados da Lituânia; ovos, carne de frango e mel da França.

Na lista de produtos vegetais, também estão produtos de origem vegetal como pistache alemão, plantas ornamentais de países como Dinamarca e Bélgica, entre outros.