Mercado de capitais

JBS reduz spread em emissão de bonds e quer mais R$ 1,5 bi com CRAs

Spread dos títulos da JBS sobre as notas do Tesouro norte-americano caiu após listagem na SEC, um sinal de melhora na percepção de risco pelos investidores

A JBS conseguiu uma redução considerável no spread sobre as notas do Tesouro norte-americano na captação de US$ 2,5 bilhões com bonds realizada ontem nos Estados Unidos, um sinal de melhora na percepção de risco por parte dos investidores.

Na operação, a JBS emitiu notas com prazo de dez anos com um spread de 250 bps sobre o Treasury. Há pouco mais de um ano, em junho de 2022, o spread havia sido maior, de 288 bps acima do Treasury.

No entanto, como os juros americanos subiram de lá para cá, a operação acabou tendo um custo mais alto, com o yield aumentando de 5,93% para 6,77% ao ano. Ficou também acima do custo médio da dívida da JBS, de 6,13% ao ano.

Apesar da melhora, a avaliação de fontes ligadas à operação é que a redução poderia ser ainda mais significativa se o setor estivesse passando por um melhor momento — os frigoríficos nos Estados Unidos sofrem com o alto custo do gado e excesso de frango — e se as condições macroeconômicas fossem mais atrativas.

A listagem dos bonds na SEC é parte do processo que a JBS vem fazendo para listar suas ações na Bolsa de Nova York e BDRs no Brasil — operação que ainda precisa passar pelo aval de acionistas.

Além do bond de dez anos, a JBS emitiu também um título com vencimento de 30 anos e com um spread de 290 bps sobre o Treasury, ou yield 7,2% ao ano. Para os dois bonds, a demanda dos investidores somou cerca de US$ 8 bilhões, quase quatro vezes a oferta.

A JBS informou que os recursos serão usados para o pagamento de dívidas de curto prazo e “outros propósitos corporativos”, sem detalhar.

Mais R$ 1,5 bi

A JBS tem uma nova emissão, desta vez de R$ 1,5 bilhão em CRAs, pronta para ir a mercado. Os títulos devem ser emitidos em até cinco séries, com vencimento entre 2028 e 2038, em uma oferta coordenada pela XP.

A primeira série, destinada apenas a investidores profissionais e qualificados, terá remuneração pela taxa de câmbio mais 6% ao ano e vencimento em 2028. A segunda série será remunerada pelo CDI mais 1%, enquanto as demais serão remuneradas por NTN-B (títulos públicos atrelados à inflação) mais uma taxa de juros.

O período de reserva termina em 1º de outubro.

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