O Safra está levantando R$ 303 milhões para um fundo imobiliário de formato inédito. O veículo dará aos investidores exposição à cadeia produtiva da celulose, garantindo renda isenta de impostos com o lastro de um offtaker com a qualidade de crédito da Klabin.
A oferta, protocolada há pouco mais de uma semana na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é a segunda etapa de uma operação de sale e leaseback de terras que o banco firmou recentemente com a Klabin.
No final de outubro, a Klabin levantou R$ 300 milhões com o Safra, vendendo 25% de uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) recém-criada. Dentro dessa SPE foram colocados 15 mil hectares de terras de eucalipto, que foram arrendadas para a própria Klabin por um período de quinze anos.
Nessa dinâmica, o Safra fica com ações preferenciais, que dão direito a 85% do lucro líquido distribuído para a SPE. Para a Klabin, a grande vantagem foi reduzir a alavancagem, como mostraram nossos colegas do Brazil Journal.
Não é a primeira vez que a fabricante de embalagens faz um arranjo desse tipo. Em setembro, a Klabin seguiu uma dinâmica similar com o Itaú, de 30 mil hectares, numa operação em que levantou R$ 600 milhões.
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O que é diferente é o que o Safra fez depois que a SPE foi firmada.
Em vez de deixar essa participação no balanço do banco, o Safra colocou essas ações em um fundo imobiliário, que vai ser distribuído para a base de clientes private do banco, numa operação inédita no mercado.
Com isso, os cotistas serão remunerados com os dividendos da operação com a Klabin. Vale lembrar que, mesmo após a mudança na tributação de dividendos, a renda dos fundos imobiliários continua isenta.
A rentabilidade almejada do veículo é de cerca de IPCA+7,20% ao ano. O fundo não tem prazo determinado, mas no 15º ano há mecanismos para buscar a devolução do capital com a rentabilidade-alvo.
Além de ser um fundo apoiado em arrendamentos para a Klabin, o fundo possui conforto para honrar os investidores mesmo num cenário extremo de estresse. Estima-se que as terras da SPE estejam avaliadas em R$ 1 bilhão.
