Chuva em lavoura de milho | Crédito: Schutterstock

Um bloqueio atmosférico causa extremos sobre o Brasil neste fim de 2025. Enquanto boa parte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste enfrentam um período seco e quente, a chuva não para de cair sobre o Rio Grande do Sul.

Municípios do norte e noroeste do Rio Grande do Sul receberam acumulados entre 100mm e 200mm em três dias, causando enxurradas e paralisando as atividades de campo. Não será estranho o acumulado dobrar em até seis dias, tornando o ambiente favorável ao espalhamento de doenças fúngicas na soja, isso sem contar com a piora da qualidade de lavouras de soja e de milho pelo excesso de umidade e pouca insolação.

A umidade excessiva não é um problema exclusivo do Rio Grande do Sul neste momento. A chuva também é frequente sobre o oeste de Mato Grosso (região do Parecis), Rondônia e até mesmo áreas de soja da Bolívia, sul do Paraguai e nordeste da Argentina. Produtores de Mato Grosso clamam pelo aumento da insolação para retomarem as atividades de campo associadas com os tratos culturais da soja.

Por outro lado, uma massa de ar quente domina boa parte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul e leste de Mato Grosso), deixando o tempo ensolarado e muito quente. Na tarde de Natal, a máxima se aproximará dos 40°C no Vale do Ribeira, sul de São Paulo, região produtora de banana.

Aliás, os hortifrútis sofrerão mais com o calor excessivo nos próximos dias, inclusive no Cinturão Verde de São Paulo. Somente a partir de 29 de dezembro, este padrão será quebrado por uma frente fria que conseguirá chegar à Região Sudeste.

A partir daí e até pelo menos o fim da primeira semana de janeiro, a gangorra da chuva mudará completamente com precipitação acima do normal e temperaturas menos elevadas no Sudeste, Centro-Oeste e em parte do Matopiba e tempo mais seco e quente no Rio Grande do Sul.

Embora o início de 2026 seja marcado pela chuva forte em parte do Centro e Norte do país, a tendência para o decorrer de janeiro é de que as precipitações voltem a enfraquecer e o calor a aumentar especialmente nos Estados de Mato Grosso, Pará, Tocantins, Maranhão e Piauí. Por outro lado, a chuva forte retornará ao Sul e deverá ser mais sentida nos Estados do Paraná e de Santa Catarina.