
A indústria brasileira de carne de frango amanheceu em alerta máximo. A gripe aviária chegou a uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o que pode ter fortes consequências para as exportações.
Esse é o primeiro caso de influenza aviária (H5N1) em granja comercial no Brasil. Segundo nota do Ministério da Agricultura, o foco foi identificado no município de Montenegro. Segundo fontes do mercado, o plantel atingido pertence à Vibra.
O ministério informou que está realizando a comunicação oficial à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e aos parceiros comerciais do Brasil. Espera-se que importantes importadores imponham restrições comerciais à carne brasileira pelo menos temporariamente, como aconteceu no ano passado, quando o País identificou um caso da doença de Newcastle, que tem gravidade semelhante à gripe aviária.
Nesse momento, a maior preocupação reside na reação de China, União Europeia, México e África do Sul. Os dois primeiros parecem ser mais sensíveis a aceitar a tese da regionalização, como fez o Japão no ano passado, deixando o bloqueio restrito ao Rio Grande do Sul. Já México e África do Sul podem dar mais trabalho a aceitar continuar comprando carne de outros estados.
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) disse, por meio de nota, confiar na rapidez das tratativas que serão adotadas pelo Ministério e pela Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, “de tal forma que qualquer efeito decorrente da situação seja solucionado no menor prazo possível”.
Segundo a entidade, todas as medidas necessárias para o contingenciamento da situação foram rapidamente adotadas, e a situação está sob controle e monitoramento dos órgãos governamentais.
Maior exportador de carne de frango no mundo, o Brasil tem no Rio Grande do Sul um dos maiores polos de produção. O Estado é responsável por cerca de 40% dos abates de frango no País e 15% das exportações.
O vírus da gripe aviária circula desde 2006 no mundo, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa.