
O etanol de milho está cada vez mais próximo da Petrobras.
Depois de conversas iniciais com seis companhias, a estatal afunilou a lista de possíveis parceiros para dois nomes: Inpasa e FS, as duas maiores indústrias de etanol de milho do País, revelou uma reportagem da Bloomberg nesta terça-feira.
Segundo a reportagem da colega Mariana Durão, a Petrobras quer ter um acordo assinado até o fim do ano — mas ainda não há um formato definido de como essas parcerias vão funcionar.
A chegada da Petrobras é mais uma evidência do boom do etanol de milho, com diversos projetos de expansão espalhados pelo País — especialmente no Centro-Oeste e no Matopiba (confluência entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
No mês passado, a FS anunciou um investimento de R$ 2 bilhões em uma nova usina no Mato Grosso. Atualmente, a FS opera três usinas no estado e, além dessa nova planta anunciada, possui outros dois terrenos em Mato Grosso preparados para erguer novas plantas.
Controlada pela americana Summit, a FS foi a pioneira do etanol de milho no Brasil quando ergueu uma fábrica em Lucas do Rio Verde, um dos polos mais dinâmicos de Mato Grosso. Na safra 2024/25, faturou R$ 11 bilhões.
Ter um sócio como a Petrobras pode acelerar os projetos de crescimento da FS, financiando os novos investimentos com o aporte da estatal. Isso pode resultar numa estrutura mais flexível em relação ao atual arranjo societário, que comtempla pagamentos de dividendos aos controladores americanos.
Se optar pela Inpasa, a Petrobras já estraria como sócia da líder. Desconhecida do mercado até muito recentemente, a Inpasa se transformou em titã que ultrapassou a produção de etanol da Raízen, um feito que muitos julgariam impossível.
Fundada pelo empresário brasileiro José Odvar Lopes, o “Seu Zé”, a Inpasa começou no Paraguai — o nome da companhia significa Industria Paraguaya de Alcoholes S.A. — e rapidamente ganhou protagonismo no Brasil.
Atualmente, conta cinco usinas de etanol de milho em operação no Brasil (duas em Mato Grosso, duas em Mato Grosso do Sul e outra no Maranhão) e está construindo a sexta em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. A companhia ainda possui duas plantas no Paraguai.
Com esses ativos, a Inpasa já prevê faturar R$ 24 bilhões, mostrou a revista Exame em uma recente reportagem de capa.
Nos últimos anos, o negócio gerou tanto caixa que Seu Zé fez uma aposta ousada ao montar uma operação na Vibra, mostrou o Brazil Journal. O empresário comprou ao menos 3% das ações da distribuidora de combustíveis e há quem diga que seu apetite é ainda maior.
Ao mesmo tempo, mantém o espírito expansionista inabalável. Recentemente, anunciou uma sociedade com a Amaggi para construir três plantas em Mato Grosso, a primeira delas em Rondonópolis.