
Enquanto ainda busca um sócio para lidar com o endividamento colossal, a Raízen segue tomando medidas para simplificar a operação e enxugar os custos da companhia.
Em uma das medidas mais recentes, a companhia controlada por Cosan e Shell contratou a McKinsey, apurou The AgriBiz. A ideia é que a consultoria atue no programa de redução de custos da Raízen, segundo uma fonte.
Desde a chegada de Nelson Gomes como CEO, há quase um ano, a Raízen fez diversos cortes — inclusive na alta cúpula. Internamente, há um clima de apreensão em razão dos constantes desligamentos.
Nas últimas semanas, a companhia sofreu tanto com a boataria que precisou soltar um fato relevante para negar uma recuperação judicial ou qualquer outro tipo de reestruturação de dívidas.
No mesmo comunicado, a Raízen ressaltou que conta com uma posição de R$ 15,7 bilhões em caixa, além de linhas de crédito de R$ 5,5 bilhões.
Nesse ambiente de estresse, a companhia controlada pela Cosan e Shell ficou exposta a um movimento de liquidação por investidores estrangeiros.
Conforme uma reportagem do Valor Econômico, o risco de perda do grau de investimento que companhia ainda detém fez com que os bonds da Raízen derretessem, chegando a ser negociados a 70% do valor de face.
No mercado de dívida local, o movimento foi menos pronunciado. Na última semana, as debêntures da Raízen foram negociadas a 90% do valor de face, com spread de CDI+4%.
Aos investidores, a Raízen reconhece que precisa reduzir o endividamento, mas não está parada.
Ao longo do último ano, a companhia levantou mais de R$ 3 bilhões com a venda de usinas. A transação mais recente foi feita com a Cocal, em agosto. Antes disso, a Raízen ainda desativou a usina Santa Elisa e vendeu os canaviais.
No final do primeiro trimestre da safra 2025/26, a companhia tinha uma dívida de R$ 50 bilhões, um aumento de 55% em relação ao mesmo período do ano anterior. A alavancagem (dívida líquida/Ebitda) estava em 4,5 vezes.
Neste ano, as ações da Raízen caem mais de 50%.
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Procurada, a Raízen não comentou.