A necessidade de reduzir o pesado endividamento provocou um movimento inédito na Raízen. Pela primeira vez em sua história, a gigante de açúcar e etanol controlada por Cosan e Shell vendeu uma usina sucroalcooleira.
Localizada em Leme, no polo de produção de cana de Piracicaba (SP), a usina foi vendida por R$ 425 milhões para um grupo formado por Agromen Sementes Agrícolas e Usina Ferrari.
Considerando a capacidade instalada de 1,8 milhão de toneladas de cana por safra, a usina foi vendida por um múltiplo de R$ 236,1 por tonelada (o equivalente a US$ 41,7 por tonelada, ao câmbio de hoje), abaixo das transações recentes no mercado sucroalcooleiro.
Para se ter uma referência, a aquisição da usina Salto Botelho pela Zilor saiu na faixa de R$ 350 a R$ 400 por tonelada. Já a aquisição das usinas da Bunge pela BP, há quase um ano, saiu a um múltiplo (EV/moagem) de US$ 72,41 por tonelada, sem considerar arrendamentos.
Na operação da Raízen com Ferrari e Agromen, o M&A inclui a cessão de 1,5 milhão de toneladas de cana necessárias para rodar a usina, o que talvez explique um preço tão abaixo da média do mercado — a urgência da Raízen, é claro, também conta.
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Ferrari e Agromen foram assessorados por XP Investimentos e Datagro na compra da usina. A Raízen não teve assessores financeiros.
