
Cadê a alavancagem que estava aqui? O milho comeu.
Depois de um ano em que precisou desmontar ataques especulativos, a FS provou que os detratores da companhia estavam errados, derrubando os índices de endividamento para níveis saudáveis.
No balanço divulgado ontem à noite, a gigante de etanol de milho controlada pela Summit Agricultural Group mostrou que a relação entre dívida líquida e Ebitda fechou o ano-fiscal em 2,52 vezes, uma melhora substancial em comparação às 6,34 vezes que chamaram a atenção do mercado um ano atrás.
A melhora reflete a recomposição das margens proporcionada pela queda dos preços do milho, assim como os melhores preços de comercialização do etanol. No ano-fiscal encerrado em 31 de março, a FS entregou um Ebitda de R$ 2,7 bilhões, mais que o triplo do exercício anterior. Com isso, a margem Ebitda aumentou em quase 15 pontos, batendo 25,3%.
“A dinâmica favorável do mercado — incluindo preços mais altos de etanol e custos mais baixos de milho — combinados com ganhos operacionais, permitiram a recuperação da alavancagem, da rentabilidade, do EBITDA e do crush spread aos níveis históricos”, escreveu a FS na mensagem que acompanha as demonstrações financeiras.
Entre as unidades de negócio, o destaque ficou mesmo com o etanol. Ao todo, a receita da FS com o biocombustível totalizou R$ 6,3 bilhões, um crescimento de 33,4% na comparação anual.
Depois do etanol, o negócio de nutrição animal é o mais importante, respondendo por 16,8% do faturamento (nessa divisão, o DDG é o produto mais significativo). No ano-fiscal encerrado em 31 de março, a receita da FS com nutrição animal aumentou 10%, atingindo R$ 1,6 bilhão.
Como um todo, a FS fez uma receita líquida de R$ 10,7 bilhões, um salto de 32,4%. Nesse bolo, estão as receitas industriais (etanol, nutrição animal e energia) e do negócio de trading (revenda de milho, etanol e energia).
A última linha do balanço veio com um lucro líquido de R$ 936,8 milhões, um resultado muito melhor que o prejuízo de R$ 489,3 milhões. Com as métricas financeiras mais organizadas, a FS fica mais preparada para voltar a investir na expansão do parque fabril.