A ADM está prestes a assinar um acordo para operar um novo terminal de grãos no porto de Paranaguá, o que ajudará a trading americana a aumentar a sua participação nas exportações brasileiras de soja e de milho no próximo ano, disse Luciano Souza, diretor de grãos da ADM no Brasil.
O terminal, com capacidade de exportação de 3 milhões de toneladas por ano, está sendo construído por um terceiro em um novo corredor para embarques de grãos em Paranaguá.
“Devemos operar esse terminal junto com outra trading”, contou Souza ao The Agribiz, sem revelar mais detalhes porque o acordo ainda não foi assinado.
Também para a próxima safra, a ADM pretende aumentar os embarques a partir do terminal Novo Remanso, no porto de Itacoatiara (AM), e em Barra dos Coqueiros (SE), onde desenvolveu uma logística que possibilita exportações de soja em grão, e não somente de farelo como algumas empresas operam ali.
Com os três terminais adicionados ao line-up, a ADM espera aumentar o seu market share nas exportações de soja do Brasil para 13% em 2024 ante os 11,5% atuais, disse Souza. A companhia também deve elevar a sua participação nos embarques de milho, hoje em torno de 13%.
“Continuamos discutindo investimentos internos ou de terceiros para que possamos aumentar a capacidade de exportação o mais rápido possível”, disse Souza.
O presidente da ADM para América Latina, Domingo Lastra, reforçou que a prioridade da empresa para investimentos da companhia no Brasil é em logística. Ambos participaram, nesta terça-feira, de um evento para jornalistas no centro de inovação da ADM em Hortolândia (SP).
Arco Norte
A seca no norte do País continua limitando as exportações de grãos pelo Arco Norte, segundo Souza. As barcaças estão navegando pelo rio Madeira com cerca de um terço da capacidade, mas os embarques em navios no porto de Itacoatiara estão praticamente suspensos porque não há calado para os navios atracarem. “Estamos deslocando para outros terminais”, disse Souza, citando outros terminais da região, como Barcarena.
Depois da redução do programa de embarques em setembro e outubro, o executivo espera uma recuperação nas próximas semanas, pois começam a aparecer sinais de melhora no nível da água do Madeira.
“Os mais experientes afirmam que, em anos de baixa extrema dos rios como aconteceu, a recuperação também foi rápida. É o que esperamos para poder acelerar os embarques a partir da segunda quinzena de novembro. Ainda tem bastante milho para exportar por lá”.