A Tecnomyl, fabricante de insumos agrícolas da família Sarabia, acaba de trazer dois novos defensivos químicos para o portfólio, fechando uma lacuna para dar tração aos planos de crescimento no Brasil.
A partir da safra 2025/26, a companhia fundada no Paraguai vai oferecer um fungicida contra a ferrugem asiática, a doença mais relevante (e temida) no cultivo de soja no Brasil, além da anomalia da soja (podridão dos grãos).
Para isso, a Tecnomyl fez uma parceria com a Syngenta, que detém a patente do ingrediente ativo Solatenol e a licenciou para a companhia. O produto será comercializado sob a marca Desali.
A novidade vai ajudar a Tecnomyl a se diversificar. No ano passado, apenas 9% das vendas da companhia vieram de fungicidas — o que é pouco comparado ao tamanho dessa categoria.
Estima-se que os fungicidas representem mais de um quarto do mercado brasileiro de defensivos, um negócio que movimenta US$ 16 bilhões por ano.
Ao reforçar o portfólio de fungicidas, a Tecnomyl pode se beneficiar da percepção de valor dessa categoria, indo além dos defensivos genéricos (ou pós-patente, como também são chamados) que tornaram a companhia conhecida.
Em geral, os agricultores valorizam a qualidade de fungicidas enquanto classe — também por isso, esses produtos tendem a sofrer menos a pressão de preços na negociação do pacote tecnológico.
A Tecnomyl deve aproveitar esse trunfo, dando continuidade ao plano de expansão no Brasil. Fundada na cidade paraguaia de Villeta, uma cidade a 30 quilômetros da capital Assunção, a empresa vem cavando seu espaço no mercado brasileiro.
Há menos de uma década atuando no País, a Tecnomyl quintuplicou de tamanho nos últimos quatro anos. No ano passado, a Tecnomyl faturou R$ 2,5 bilhões, um crescimento de 51%.
***
A parceria com a Syngenta vai além do fungicida. No Brasil, a Tecnomyl também licenciou a tecnologia Tiametoxam, um inseticida usado contra o percevejo. Na Syngenta, esse ingrediente ativo é comercializado com a marca Engeo Pleno. Na Tecnomyl, será vendido como Platinum Neo.