
Da Air Fryer à televisão de cachorro. Na rotisseria do supermercado ou no churrasco de domingo. Se o assunto é frango, a Seara quer estar presente em qualquer ocasião — disponível a todo tipo de consumidor, dos mais indulgentes aos adeptos das dietas proteicas.
Sob o comando de João Campos, um executivo que fez carreira em indústrias de alimentos como Unilever e PepsiCo, a Seara vem conseguindo sucesso em sua estratégia, um processo que ajudou a passar de US$ 8,7 bilhões em faturamento (cerca de 50% no mercado interno).
A partir de uma abordagem que se vale das inovações constantes para descomoditizar o mercado de carne de frango no Brasil (o que inclui parceria com a Netflix e até uma Air Fryer com a Mondial), a Seara se tornou a marca com maior penetração nos lares do País, o que não é pouca coisa em uma indústria que possui concorrentes do calibre de Sadia e Perdigão.
A mais recente pesquisa de lares realizada pela Worldpanel by Numerator (o famoso painel da Kantar, como o estudo conhecido no mercado antes da fusão com a americana Numerator), mostra a marca da JBS no topo do mercado nacional de frango in natura.
Na última edição do painel, a Seara atingiu 60,4% de penetração nos lares brasileiros, à frente da concorrência — aqui, vale uma ponderação importante: a MBRF, dona de Sadia e Perdigão, segue como a maior em frango no Brasil.
“Frango não é tudo igual. Ser o frango mais escolhido significa que estamos conseguindo criar essa diferenciação”, disse Campos, CEO da Seara, em entrevista ao The AgriBiz.
Para ele, a constante busca por inovações é uma explicação. Nesse sentido, ele cita o lançamento de uma embalagem de frango resfriado que não deixa água pingando na mão do consumidor — há poucos meses, a companhia reabriu um frigorífico em Jarinu, no interior paulista, só para essa linha.
Numa categoria em que o cliente não costuma perceber a diferenciação nas gôndolas — ainda é comum comprar um frango in natura sem marca —, a estratégia de inovação dá confiança à Seara para ter a recorrência do consumidor.
Ao que tudo indica, a recorrência de compra será um atributo mais importante conforme o mercado de frango in natura, que ainda é bastante pulverizado entre diversas agroindústrias, convirja para a busca de produtos com marca.
Isso pode ser ainda mais significativo considerando o tamanho do mercado nacional. Afinal, o Brasil não é apenas o maior exportador de carne de frango do mundo.
O País é também um grande consumidor, detendo o terceiro maior mercado interno de carne de frango (10,1 milhões de toneladas) — só atrás de EUA e China, conforme as estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Neste ano, o consumo per capita pode alcançar 47,8 quilos no Brasil, um crescimento acima de 5%, segundo as projeções da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).