Cadê o silo?

Sem armazém, agricultor brasileiro perdeu R$ 40 bi. O alerta da Kepler

Levantamento feito sob encomenda da Kepler Weber para a Cogo Consultoria mostram as perdas com os prêmios negativos.

Silos de Kepler Weber

Em mais um esforço para mostrar como a agricultura brasileira sofre com o déficit de armazenagem, a Kepler Weber mostrou nesta quinta-feira que o país vai perder mais de R$ 40 bilhões entre 2023 e 2024.

Os números, retirados de um levantamento feito sob encomenda da Kepler para a Cogo Consultoria, revelam as perdas financeiras do Brasil com o prêmio negativo de soja e milho nos portos.

(Glossário: O prêmio é a diferença do preço pago pela soja em um porto no Brasil em relação à referência internacional, que é a bolsa de Chicago. Em condições normais, esses prêmios são positivos).

Em meio ao caos logístico e à oferta abundante, no entanto, os prêmios dos grãos ficaram negativos por dois anos consecutivos pela primeira vez. Na prática, isso representa um desconto sobre o preço de Chicago.

“Apesar do Brasil ser um protagonista, a estrutura é um gargalo. Vamos precisar dobrar o parque de armazéns atual”, disse Bernardo Nogueira, CEO da Kepler Weber, em uma entrevista coletiva concedida durante a Agrishow, em Ribeirão Preto.

Para a Kepler, maior fabricante de silos agrícolas do país, os dados mostram a urgência dos investimento em armazenagem.

O problema é que, com as margens apertadas, os agricultores terão menos apetite (e caixa) para investir em infraestrutura nas próximas safras. Nesse ritmo, o problema só vai piorar.

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Listada na B3, a Kepler Weber está avaliada em R$ 1,8 bilhão.