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Dreyfus compra Cacique e abocanha 33% da exportação de café solúvel

Dreyfus pretende acelerar presença em café solúvel com aquisição; no ano passado, inaugurou fábrica em joint venture no Vietnã

Dreyfus compra Cacique, que produz café solúvel

A Louis Dreyfus Company (LDC) vai comprar a Cacique, um dos maiores produtores e exportadores de café solúvel do Brasil. A transação é mais um exemplo do esforço das empresas de commodities para diversificar os negócios e investir em produtos de maior valor agregado.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, as empresas informaram que assinaram um acordo para a venda de 100% das ações para a LDC. O valor não foi divulgado.

A Cacique é a maior exportadora de café solúvel do país, com mais de 30% de participação no mercado. Em 2023, teve uma receita líquida de quase R$ 1,3 bilhão (quase tudo nas vendas ao exterior) e lucro de R$ 83 milhões, uma alta de 204% em relação a 2022.

Com o negócio, a Dreyfus acelera o desenvolvimento de seu negócio de café solúvel. No ano passado, a empresa inaugurou uma fábrica de café solúvel de alta qualidade no Vietnã, construída em joint venture com a Instanta, líder na produção de café solúvel no país.

O Vietnã é o maior produtor global de café robusta, normalmente usado na produção do solúvel. O Brasil, líder na produção e exportação de café, também vem crescendo no mercado de robusta com o avanço da produção em regiões como o Espírito Santo e Rondônia.

“Com um aprofundado conhecimento do mercado e uma marca reconhecida na indústria, a Cacique tem um perfil complementar aos negócios e irá fortalecer e consolidar as atividades de café solúvel da LDC”, disse Bem Clarkson, head global de café da LDC, em comunicado.

Sediada em Londrina, a Cacique possui duas unidades de processamento de café (em Linhares, no Espírito Santo, e em Londrina) e cerca de mil funcionários no País.

A conclusão da operação depende de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).