Koppert

Em busca de um sócio no Brasil, a holandesa Koppert vai precisar ir além dos planos mirabolantes de crescimento para convencer os investidores de private equity a capitalizar a companhia.

A informação sobre a busca por um sócio para a operação brasileira da Koppert foi publicada em primeira mão pelos colegas da Globo Rural. A companhia mandatou o Itaú BBA para atrair um investidor. A ideia é captar 100 milhões de euros.

Uma das primeiras fabricantes estrangeiras de insumos biológicos a se instalar no Brasil, a Koppert chegou a ser o maior player do mercado nacional, mas perdeu a liderança para a Biotrop, levantando dúvidas se consegue voltar a ser protagonista em inovação.

No ano passado, a operação brasileira da Koppert sofreu uma compressão brutal das margens, um resultado que também foi afetado pela baixa incidência de cigarrinha durante a safrinha de milho da temporada 2023/24.

Não à toa, as vendas da companhia caíram. Em 2024, a Koppert do Brasil registrou uma receita líquida de R$ 660 milhões, uma diminuição de quase R$ 120 milhões em comparação com o ano anterior. Os dados aparecem nas demonstrações financeiras publicadas pela Koppert no Diário Comercial, que podem ser acessadas aqui.

Além do faturamento em queda, a fabricante de biológicos perdeu lucratividade. No ano passado, a margem Ebitda ficou negativa. Nesse cenário, a Koppert do Brasil amargou um prejuízo de R$ 107,7 milhões em 2024. No ano anterior, a companhia havia reportado um lucro da ordem de R$ 57,7 milhões.

Para atrair um sócio, a companhia terá de mostrar aos investidores que as dificuldades financeiras do ano passado foram apenas um ponto fora da curva. Outro desafio é emplacar o modelo de transação sugerido, mantendo os gringos no controle mesmo depois de um aporte significativo de mais de meio bilhão de reais.

Se vencer os desafios, a Koppert estará pronta para voltar a crescer de forma mais acelerada. Nos últimos meses, há uma recuperação e a própria companhia vem projetando a volta das margens para o terreno positivo neste ano.

Nas conversas com o mercado, a Koppert vislumbra chegar a um faturamento R$ 2,8 bilhões em 2029. Para isso, terá de quadruplicar de tamanho da operação brasileira em quatro anos.

Em entrevista à Globo Rural, o principal executivo da Koppert no Brasil, Gustavo Herrmann, citou as avenidas de crescimento. Entre elas, está a ampliação do parque fabril, com a novas unidades para multiplicação de fungos, bactérias e bionematicidas. No longo prazo, a ambição é fazer um IPO.

Procurada pela reportagem, a Koppert não respondeu.