
A Fundação Gates é a mais nova investidora da Puna Bio, startup argentina de biodefensivos que usa bactérias “extremas” para desenvolver produtos para tornar sementes mais resistentes ao clima e ampliar a produtividade.
Também conhecidas como extremófilos, essas bactérias vêm sendo estudadas há 25 anos por três cientistas em La Puna, um deserto na Argentina.
Elas são chamadas assim por terem sobrevivido sob condições abrasivas durante 3,5 bilhões de anos, o que inspira pesquisas sobre como poderiam tornar sementes e lavouras mais fortes diante das mudanças climáticas.
Anunciado nesta quarta-feira, o aporte da fundação criada por Bill Gates, fundador da Microsoft, marca o encerramento da rodada Série A da startup.
Os valores não foram divulgados, assim como nos aportes anteriores, em abril, liderados pela Corteva Catalyst, braço de investimentos de risco da gigante norte-americana de insumos agrícolas.
Também participaram da rodada que agora se encerra investidores que fizeram parte da primeira rodada da Puna Bio, em 2022. Entre eles, a brasileira SP Ventures, a mexicana Dalus Capital e as americanas At One Ventures, SOSV e Builders VC.
Segundo a Puna Bio, o investimento — o primeiro da história da fundação em uma startup argentina — reflete um compromisso com a busca por inovação para fortalecer sistemas alimentares sustentáveis.
Atualmente, a startup só atua em escala comercial na Argentina, onde vende dois produtos: o Kunza, para o tratamento de sementes de soja, feijão e algodão, e o Kanzama, um biofertilizante para trigo e cevada. Os produtos já foram utilizados em mais de 300 mil hectares, em três safras.
Com os recursos da rodada Série A, a Puna Bio quer acelerar o desenvolvimento, a produção e a distribuição de seus biofertilizantes e bioestimulantes, além de ampliar as operações para Estados Unidos, Brasil e Paraguai, países nos quais aguarda a aprovação regulatória.