Após semanas de calor fora de época e tempo seco em grande parte do País, uma mudança significativa nas condições climáticas está prevista para os próximos dias. O fim de maio e o início de junho devem ser marcados por queda acentuada nas temperaturas, com risco de geadas em algumas regiões, e aumento da frequência de chuvas.
O mês de maio tem registrado temperaturas bem acima da média histórica. Em Porto Alegre (RS), por exemplo, as máximas estão cerca de 4°C acima do normal. Fortaleza (CE) apresenta desvio de 3°C, enquanto as mínimas em cidades como Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Recife (PE) superam em até 2°C as médias esperadas para o período.
Até agora, as frentes frias encontraram dificuldades para avançar pela costa da região Sul, limitadas a instabilidades geradas pela interação de sistemas no sopé da Cordilheira dos Andes com o Paraguai.
Mas essa configuração deve mudar nos próximos dias. Previsões indicam aumento das chuvas no centro e sul do Brasil, ainda que sem perspectiva de eventos extremos como os registrados recentemente na Argentina.
O Paraná recebe uma atenção especial, pois há possibilidade de tempestades entre quarta (22) e quinta-feira (23). No Rio Grande do Sul, a expectativa é de um episódio mais significativo entre os dias 24 e 29, que pode ser intensificado pela atuação da Oscilação Antártica, uma onda atmosférica capaz de fortalecer os sistemas frontais.
Geada na lavoura?
Logo após a passagem dessa frente fria, uma massa de ar polar deve avançar, provocando as madrugadas mais geladas do ano até agora. Simulações apontam, inclusive, risco de geada em áreas agrícolas do Paraná, Mato Grosso do Sul e sudoeste de São Paulo, com impactos potenciais (e possivelmente isolados) sobre culturas como cana-de-açúcar, milho e café.
No Nordeste, a previsão também é de chuva forte entre o litoral da Bahia e o Rio Grande do Norte até o fim de semana. Embora benéfica para o desenvolvimento de pastagens e culturas como cana, feijão e milho, a precipitação intensa pode gerar transtornos em áreas urbanas e dificultar o transporte de produtos agrícolas na Zona da Mata.
