
Durante o fim de semana prolongado, simulações passaram a indicar o avanço de uma massa de ar polar mais intensa que a prevista inicialmente, aumentando o risco de geada para áreas agrícolas do Brasil.
Até a quarta-feira passada, o centro da massa de ar polar ficaria apenas sobre a Argentina e Uruguai. Agora, o ar frio avança pelo centro e sul do Brasil, aumentando a chance de geada desde o Rio Grande do Sul até o sul de Minas Gerais, passando por Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul na terça e na quarta-feira.
Em áreas de café do sul de Minas Gerais, no entorno de Poços de Caldas, estimam-se mínimas entre 1°C e 2°C com geadas fracas em áreas de borda e cafezais mais novos. Em São Paulo, destacam-se áreas de feijão e milho do sul do Estado com mínimas entre 0°C e 1°C em Itapeva, além de geadas no cinturão verde da capital paulista, a região de Mogi das Cruzes e de Ibiúna.
Em áreas de café do nordeste do Paraná e em áreas de milho e de cana-de-açúcar de Mato Grosso do Sul, a geada será mais isolada, acontecendo sobretudo em baixadas ou faces voltadas para o quadrante sul nas madrugadas de terça e de quarta-feira. No milho do Paraná, embora o frio seja mais intenso, cada vez mais áreas estão fora de fases vulneráveis à geada.
Em Santa Catarina, não há grandes áreas cultivadas sob risco de perdas. Aliás, para frutas de inverno, o frio é bem-vindo. Já no Rio Grande do Sul, o problema é social após a chuva de 500mm, inundações e quase 7 mil pessoas fora de casa, de acordo com a Defesa Civil Estadual.
A partir da quinta-feira, as madrugadas serão menos frias no centro e sul do Brasil.
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O maior risco de geadas em áreas produtoras de café levou o preço do arábica a subir quase 4% na Bolsa de Nova York nesta segunda-feira, interrompendo uma sequência de baixas. Na semana passada, o café arábica caiu quase 9% em Nova York.