O mês de julho começou com temperaturas bem abaixo do normal em grande parte do Brasil, devido à atuação de uma forte massa de ar polar. No entanto, apesar da intensidade do frio, as principais regiões produtoras de café, milho e cana-de-açúcar do Centro e Sul do País escaparam de danos às lavouras.
Ventos em altitude, chamados de corrente de jato, impediram que o núcleo mais intenso do ar frio avançasse sobre áreas agrícolas vulneráveis. Enquanto Santa Catarina registrou geadas amplas e temperaturas de até -8°C, no norte do Paraná e sul do Mato Grosso os termômetros ficaram acima dos 7°C — patamar considerado seguro para as culturas.
Esses mesmos ventos também serão responsáveis por alterar a distribuição da chuva na América do Sul nas próximas semanas. As frentes frias devem se concentrar sobre a Argentina, enquanto a maior parte do território brasileiro enfrentará um período prolongado de estiagem.
A condição é favorável à retomada da colheita de milho, algodão e café, além de facilitar as obras de reconstrução no Rio Grande do Sul após mais uma enchente.
A chuva deve se restringir ao litoral das regiões Sudeste e Nordeste, além dos estados de Amapá e Roraima. Já as temperaturas tendem a subir lentamente ao longo da primeira quinzena de julho, com a segunda metade do mês marcada por calor acima da média.
As previsões de longo prazo indicam o retorno das chuvas ao interior do País apenas na transição de julho para agosto. A expectativa para o próximo mês, tradicionalmente o mais seco do ano, é de maior umidade.
O cenário lembra o observado em 2023, quando a antecipação das chuvas permitiu o início do plantio ainda em setembro em estados como Goiás e Mato Grosso. Ainda não é possível, no entanto, prever se haverá uma interrupção das precipitações no último bimestre, como ocorreu naquele ano, trazendo prejuízos ao campo.
