
Perto do fim, o mês de junho foi marcado pelo clima adverso no campo. Além do frio intenso e ocorrência de geadas, mesmo que pontuais, o excesso de chuva paralisou as atividades, como o plantio das culturas de inverno no Sul e as colheitas de milho, de cana e de café no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Ainda há previsão de uma chuvarada com acumulados acima dos 100 milímetros sobre a metade norte do Rio Grande do Sul no próximo fim de semana, situação que manterá o elevado nível dos rios da região, além de trazer erosão e lixiviação de nutrientes e até mesmo de sementes.
Com a chegada de julho, a situação mudará completamente. As frentes frias chuvosas ficarão entre a Argentina e o Uruguai, fazendo com que boa parte do Brasil, inclusive o Rio Grande do Sul, tenha um período mais seco e com temperaturas acima da média histórica.
Apenas no final de julho e início de agosto, a intensidade da precipitação voltará a aumentar sobre a região Sul. Aliás, diferentemente dos últimos anos, quando o terceiro trimestre apresentou tempo seco e temperaturas mais elevadas que o normal — inclusive culminando com muitas queimadas —, 2025 promete ser mais úmido e menos quente.
Essas condições serão benéficas para o início do plantio de soja em setembro na região Centro-Oeste, mas poderá piorar a qualidade das culturas de inverno na região Sul, além de atrasar a colheita da cana-de-açúcar no Sudeste.
O último trimestre ainda está nebuloso. Algumas simulações indicam manutenção da chuva sobre boa parte do País, porém diante do oceano Pacífico sem El Niño ou La Niña, aumenta a chance de oscilações e aparecimento de algumas estiagens, não somente entre outubro e dezembro deste ano, mas como também no primeiro trimestre de 2025.
Poderemos ter algo semelhante ao último verão, que vinha com nota 10, ou seja, com chuva frequente desde o início da primavera, no Sudeste e Centro-Oeste até janeiro. Mas, em fevereiro e março, foi marcado por uma forte estiagem.
A sorte das duas regiões é que voltou a chover em abril e isso ajudou consideravelmente no desenvolvimento da segunda safra de milho. Acho difícil que não tenhamos alguns “soluços” no próximo período úmido, mas ainda sem data, intensidade e, por consequência, impactos na próxima safra.