A chuva que começou nesta quinta-feira no Sul do País, com mais intensidade no noroeste do Rio Grande do Sul e no oeste do Paraná e de Santa Catarina, espalhará rapidamente pelo Brasil e alcançará o Matopiba até o final da próxima semana. Mas nem todas as áreas produtoras receberão um grande acumulado.
No Cerrado de Minas Gerais, Triângulo Mineiro, sudoeste de Goiás e sul de Mato Grosso, o acumulado será mais baixo, entre 15 e 25 milímetros. Por outro lado, a chuva será excessiva, com acumulado entre 50mm e 60mm, e atrapalhará a colheita da soja no norte do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
No Matopiba, onde a umidade do solo está baixa, o acumulado deve ficar próximo do normal para o período: 40mm no Tocantins e 25mm no oeste da Bahia, sudoeste do Piauí e sul do Maranhão.
A preocupação é que, após essa precipitação, o Brasil irá secar.
As novas frentes frias terão dificuldade para avançar pelo País e o tempo ficará bem mais seco e quente em praticamente todas as áreas produtoras na última semana de outubro.
No Matopiba, a reposição da umidade do solo pela chuva será temporária, aumentando a chance de replantio em novembro.
O retorno da chuva ao Brasil acontecerá lentamente, começando pelo Sul e Sudeste na primeira semana de novembro e alcançando as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste somente a partir do fim da segunda semana de novembro.
Isso nos leva a questionar o anúncio de retorno do La Niña por parte da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional).
Há poucas semanas, a anomalia de temperatura do Pacífico alcançou -0,5°C, o limiar do fenômeno. Mas a atmosfera ainda está distante de reagir ao resfriamento, tanto que a chuva não irá regularizar tão cedo no Norte e Nordeste do Brasil, regiões que normalmente são mais beneficiadas pelo La Niña.
A expectativa é que os efeitos do fenômeno realmente sejam mais sentidos a partir de meados de novembro, quando a região Sul passará por um período seco mais prolongado, enquanto o Norte e Nordeste finalmente receberão precipitações mais frequentes.