
O inverno de 2025 vem chamando a atenção pelo frio persistente. Desde o fim de junho, observamos uma sucessão de massas de ar frio que não deixaram a temperatura subir quase em nenhum dia até agora.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, depois de uma temperatura mínima de 17°C no dia 29 de junho, todas as demais madrugadas foram mais frias, com valores de até 8°C em 30 de julho. As anomalias não foram muito grandes: a média da temperatura de julho ficou dentro da média climatológica na capital paulista.
Em Curitiba foi diferente: o mês passado teve madrugadas 4°C mais frias que o normal. Além disso, Florianópolis, Vitória, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá e até mesmo Rio Branco completam o quadro de capitais com temperatura mínima abaixo do normal.
A novidade é que esse cenário está para mudar. A partir da semana que vem, as frentes frias terão maior dificuldade para avançar pelo Brasil, fazendo com que o calor seja persistente, situação que prosseguirá até a primeira semana de setembro.
Para a agricultura, o aumento da temperatura acelera o ciclo de desenvolvimento e aumenta a chance de pragas nas culturas de inverno no Sul. Para se ter uma ideia, estima-se temperaturas máximas superiores aos 30°C no Rio Grande do Sul.
Já em milho, café, algodão, laranja e cana de açúcar, o tempo seco por um período mais prolongado irá acelerar as atividades de colheita no Centro e Sul do País.
Especificamente no Rio Grande do Sul, o frio será momentâneo. Por conta da neutralidade das temperaturas no Oceano Pacífico, sem um fenômeno El Niño ou fenômeno La Niña, há chance de novas ondas de frio com potencial para geadas em meados de setembro, quando a maior parte do trigo estará em florescimento e frutificação.
Além disso, em breve começará o plantio do milho no estado gaúcho, e a cultura também poderá sofrer com o frio tardio.