Meteorologia

Chuva forte em Mato Grosso deve diminuir ritmo no campo

No Rio Grande do Sul, umidade do solo está no limite e não há previsão de chuva relevante nesta semana

A precipitação aumentou consideravelmente desde o início da semana passada sobre as regiões Norte e Nordeste, além dos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Sobre o último Estado, a chuva forte deve continuar.

Depois de elevados acumulados —em Montes Claros (Minas Gerais) e Lençóis (Bahia), por exemplo, o acumulado em oito dias correspondeu a 80% e 50% do normal para todo o mês de janeiro— o corredor de umidade irá desconfigurar até a quarta-feira. A chuva deve enfraquecer sobre a Bahia, norte de Minas Gerais e de Goiás, mas aumentar sobre o Triângulo Mineiro e São Paulo.

A diminuição da precipitação mais ao norte permitirá mais horas de atividades de campo, enquanto em São Paulo e Triângulo Mineiro, a chuva será bem-vinda para o aumento da umidade do solo, necessário para o desenvolvimento de culturas como milho, soja e cana-de-açúcar.

Porém, como mencionado na coluna da semana passada, o mês de fevereiro será mais desafiador para a agricultura pela maior frequência de invernadas. O acumulado de chuva será elevado até pelo menos o fim da primeira semana de fevereiro sobre Mato Grosso, Rondônia, Pará, Tocantins e Maranhão.

O Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) vem divulgando que a colheita da soja e a instalação da segunda safra de milho estão mais adiantadas que a média dos últimos cinco anos no Estado. Com a expectativa de chuva mais frequente e espalhada, no entanto, a tendência é de que o ritmo diminua nos próximos dias.

Por fim, é importante ficar de olho em áreas de soja não irrigadas no centro, sul e oeste do Rio Grande do Sul. A umidade do solo está no limite para um bom desenvolvimento da cultura nessas regiões e não há previsão de chuva forte pelo menos nesta semana.

E o El Niño?

É normal que surjam perguntas sobre o fenômeno climático. Ele não deveria garantir chuvas sobre a região Sul? Sim, mas ele não age sozinho.

Desde novembro, a temperatura do oceano Atlântico disparou junto à costa do Sudeste e Nordeste compensando o efeito do El Niño. Por consequência, a “gangorra da chuva” foi puxada mais para o centro e norte do Brasil nas últimas semanas.