
Enfim, o alívio. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou a tarifa de 40% sobre diversos produtos agropecuários brasileiros, incluindo café e carne bovina — dois itens sensíveis para a inflação americana.
Em uma ordem executiva assinada nesta quinta-feira, o mandatário americano citou a evolução das negociações com o presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, como uma das justificativas para a retirada do tarifaço. Trump esteve com Lula em 26 de outubro, em uma reunião na Malásia.
“Houve progressos iniciais nas negociações com o Brasil”, escreveu Trump, na ordem executiva que isenta os produtos agrícolas das tarifas adicionais.
A retirada do tarifaço, que começou a valor em 1º de agosto, é um alívio para os exportadores de café do Brasil, que estavam sem acesso a seu mais importante mercado. Desde a imposição das tarifas de 40%, as vendas de café aos Estados Unidos caíram 50%.
No caso da carne bovina, o benefício está na rentabilidade. Mesmo sem os Estados Unidos desde agosto, os frigoríficos brasileiros continuaram exportando volumes recorde, um reflexo da escassez global de proteína — atualmente, o Brasil é um dos raros países que possui oferta relevante de gado.
Para os Estados Unidos, a retirada do tarifaço pode dar uma contribuição para a moderação dos preços, especialmente no café, que escalaram desde que as tarifas de 40% foram impostas
Na carne bovina, no entanto, o Brasil até pode ajudar com alguma oferta adicional de carne (cortes do dianteiro, sobretudo), mas a influência nos preços é mais limitada diante da severa escassez de gado nos EUA.