A sanha persecutória de Donald Trump contra os imigrantes encontrou uma barreira econômica (ao menos por enquanto).
Em um alívio para frigoríficos e fazendeiros, setores que dependem da mão de obra estrangeira em larga medida, a agência de imigração dos Estados Unidos retirou os trabalhadores das indústrias de carnes e das propriedades rurais da alça de mira.
No domingo, uma reportagem da Axios revelou que Tatum King, um alto oficial da agência americana, enviou um e-mail a todos os funcionários ordenando “segurar operações de busca e prisão na agricultura (incluindo aquacultura e plantas de processamento de carne), restaurantes e hotéis”.
A mudança cede a pressões que o presidente vinha recebendo de empresários e associações setoriais, que temem um colapso econômico caso continue o fervor anti-imigração das últimas semanas.
A mudança na atuação veio após a secretária da Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, levar para Trump a mensagem de que grandes grupos empresariais do setor rural já estavam preocupados que os funcionários não aparecessem no trabalho com medo de serem presos e deportados.
Estima-se que haja cerca de 8,5 milhões de imigrantes em condição ilegal nos EUA, de acordo com uma estimativa do think tank Center for Migration Studies. Eles estão concentrados justamente em setores como os que agora foram excetuados da caça à imigração ilegal.
Um estudo recente do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou que 42% dos trabalhadores rurais nos EUA sejam imigrantes ilegais.