A indústria de suco de laranja pode respirar aliviada — ao menos por enquanto. O tarifaço de Donald Trump contra o Brasil, oficializado em uma ordem executiva assinada nesta quarta-feira, deixou a bebida entre as exceções.
Entre os produtos da pauta do agronegócio, o suco de laranja era um dos mais críticos, por sua dependência do mercado dos Estados Unidos e pela impossibilidade de deslocar um volume tão relevante a outros mercado.
Não à toa, Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, a CitrusBR, calculava que a tarifa de 50% teria um um impacto de R$ 4,4 bilhões por ano, se fosse implementada pelos Estados Unidos.
“Recebemos com alívio e responsabilidade o anúncio da exceção ao suco de laranja concedido pelo governo americano. A CitrusBR reforça o seu compromisso com o mercado no fornecimento de suco de laranja de alta qualidade como acontece há mais de 60 anos”, escreveu a associação, em nota.
O Brasil é o maior produtor e exportador de suco de laranja no mundo, vendendo 95% de sua produção no exterior. No ano passado, 41,7% do total exportado foi vendido para os Estados Unidos, o segundo maior destino do suco brasileiro atrás da união Europeia.
Sem alívio para café e frutas
Os exportadores de café e frutas frescas, no entanto, não tiveram a mesma sorte dos produtores de suco de laranja.
Apesar dos esforços do Cecafé, a associação que representa os exportadores do Brasil, a commodity não figura entre as exceções do tarifaço.
O mesmo vale para a carne bovina, que será taxada em 40% adicionais.
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A ampla lista de exceções ao tarifaço contempla também minerais (incluindo alguns tipos de fertilizantes), produtos petroquímicos, celulose e aviões — e alívio e tanto para a Embraer, que seria umas das maiores prejudicadas no Brasil.
Oficialmente, as novas tarifas entram em vigor daqui a sete dias, o que dá mais algum tempo para os negociadores tentarem mais exceções.
