A Minerva jogou a toalha no Uruguai.
Depois de pouco mais de dois anos de tentativas, a companhia da família Vilela de Queiroz recebeu a segunda negativa da Coprodec, o órgão antitruste uruguaio.
Com isso, desistiu da aquisição dos três frigoríficos uruguaios que compraria da Marfrig (agora, MBRF), uma transação de R$ 675 milhões.
A resistência do órgão antitruste uruguaio era amplamente conhecida pelo mercado. Sob forte pressão dos pecuaristas, o governo entendeu que a Minerva teria uma concentração excessiva dos abates de bovinos caso a aquisição fosse consumada.
Nem mesmo a alternativa proposta pela Minerva de vender uma ou duas plantas das três compradas convenceu os uruguaios.
Ao barrar novamente a transação, Coprodec discordou dos argumentos da Minerva. O órgão antitruste considerou que as alternativas proposta eram insuficientes.
Além disso, colocou em dívida a capacidade da Allana, que tinha um acordo para adquirir um dos frigoríficos, como The AgriBiz já havia antecipado.
Com a frustração do negócio, a Minerva não precisará pagar nada à MBRF. Do outro lado, a companhia de Marcos Molina mantém a liderança no mercado de carne bovina do Uruguai, o que é um trunfo num momento em que os Estados Unidos ainda tarifam a carne brasileira.
A decisão do órgão antitruste uruguaio encerra também um capítulo da disputa particular travada entre Minerva e MBRF.
Há um mês, a companhia da Marcos Molina informou que o M&A estava cancelado por ter superado o prazo contratual de dois anos que existiria para obter a aprovação. Em comunicado, a Minerva contestou as alegações.
Agora, no entanto, não resta mais alternativas.