
A Raízen deu hoje mais uma demonstração ao mercado de que sua promessa de reduzir o endividamento é para valer.
A gigante controlada por Cosan e Shell vendeu parte de sua operação de geração distribuída (GD) por R$ 600 milhões e, com isso, chegou a R$ 2,025 bilhões levantados em seu processo de reestruturação
O negócio marca a terceira venda de ativos relevantes por parte da Raízen em pouco mais de dois meses.
Em maio, no primeiro movimento de liquidação de portfólio desde a chegada de Nelson Gomes ao cargo de CEO, a Raízen anunciou a venda de uma usina em Leme (SP) para um grupo formado por Agromen e Ferrari, por R$ 425 milhões — foi a primeira venda de uma usina sucroalcooleira na história da companhia.
À ocasião, o diretor financeiro da Raízen, Rafael Bergman, prometeu que a empresa continuaria vendendo ativos para ajustar a estrutura de capital. Em 31 de março, a dívida líquida da Raízen somava R$ 34,2 bilhões, com um índice de alavancagem de 3,2 vezes.
Dito e feito: há dez dias, a Raízen anunciou a desativação da histórica Santa Elisa, em Sertãozinho (SP), com a venda de 3,6 milhões de toneladas de cana que abastecia a usina para seis grupos sucroalcooleiros, por R$ 1 bilhão.
A venda da geração distribuída
No mais novo capítulo do processo de reestruturação, a Raízen anunciou nesta quinta-feira a venda de parte de seus ativos de geração distribuída para a Thopen Energia e para o Grupo Gera, por R$ 600 milhões.
Foram no total 55 ativos de geração distribuída com capacidade nominal instalada agregada de até 142 megawatt-pico (MWp) sob condições ideais.
Essa capacidade é equivalente ao montante necessário para abastecer cerca de 100 mil residências, ou uma cidade com 300 mil habitantes, considerando o consumo médio brasileiro.
Nos termos do acordo, a Thopen vai ficar com 44 usinas, e o Grupo Gera, com 11. Após a aprovação da operação pelo Cade, os valores serão transferidos ao caixa da Raízen “à medida que as usinas forem transferidas para os compradores” — a companhia estima que esse processo se encerre até março de 2026.
“Com isso, a Raízen conclui a venda de parcela relevante de seus projetos de GD e encerra a joint venture com o Grupo Gera, cumprindo seu objetivo de desenvolver projetos de geração distribuída e soluções de tecnologia relacionadas a energia elétrica”, informou a empresa em um comunicado ao mercado.