
Depois de perder espaço no PIB brasileiro no ano passado, a agropecuária voltou a ganhar participação na economia, puxada por uma safra recorde e pelo aumento de produtividade na soja.
Segundo os dados divulgados nesta manhã pelo IBGE, a agropecuária (sob o conceito que considera apenas a produção primária, no campo) representou 9% da economia do País no primeiro trimestre, ante 7,8% no primeiro trimestre de 2024.
Entre janeiro e março de 2024, o PIB da agropecuária havia caído 3% frente ao ano anterior, devido à quebra de safra provocada pelo El Niño, que causou secas históricas em algumas regiões de Mato Grosso e Goiás, dois dos maiores produtores de soja.
A oleaginosa tem sua colheita concentrada no primeiro trimestre. E, graças ao seu peso na lavoura brasileira, o efeito do agro sobre o resultado do PIB tende a ser maior nesse período do ano.
A comparação anualizada — que exclui essa sazonalidade — sugere que o setor está se recuperando. Nos últimos 12 meses, a participação da agropecuária no PIB ficou em 6,8%, um pouco maior do que os 6,5% registrados entre janeiro e dezembro de 2024.
O maior peso do agro sobre o PIB em um ano se deu em 2021, quando esse patamar ficou em 7,7%, sob efeito do desaquecimento de outros setores da economia no contexto da pandemia de covid-19.
Crescimento de 12%
Sob efeito da safra estimada em nível recorde, a agropecuária foi protagonista no crescimento do PIB no primeiro trimestre. Como um todo, o PIB cresceu 1,4% na comparação com o quarto trimestre do ano passado, enquanto o setor agro aumentou 12,2% na mesma base de comparação.
Frente ao primeiro trimestre de 2024, a alta no PIB foi de 2,9%, e o aumento da agropecuária ficou em 10,2%.
A Conab projeta uma produção total de 330 milhões de toneladas na safra 2024/25, uma alta de 11% frente à safra anterior.
O destaque é a soja, que, segundo a estimativa da Conab, deve ter uma produção de 167,37 milhões de toneladas, 13,3% superior à safra 2023/24.
Desse total, 56,3% já haviam sido colhidos até 9 de março. Entre as culturas colhidas no primeiro trimestre, também devem ter aumento de volume produzido o milho (11,8%), o arroz (12,2%) e o fumo (25,2%), segundo o IBGE.