
A escassez de crédito que atinge uma parcela importante dos produtores de grãos, notadamente no Rio Grande do Sul, frustrou as projeções de crescimento das vendas da Yara, uma das maiores players de fertilizantes.
Em uma apresentação feita a jornalistas na segunda-feira, o CEO da Yara no Brasil, Marcelo Altieri, disse que o crescimento no País deve ficar entre 3% e 4% neste ano, o que significa um volume entre 46 milhões de 46,5 milhões de toneladas — abaixo da estimativa anterior, de 48 milhões de toneladas.
Segundo Guilherme Schmtiz, vice-presidente de marketing e agronomia da Yara no País, o ajuste nas projeções “se deve à retração e à postergação de mercados na soja e no milho”.
A frustração nas projeções também foi influenciada pela redução das aplicações de fertilizantes no Rio Grande do Sul, no embalo dos últimos seis anos catastróficos na região, marcados por quatro safras com secas severas seguidas de uma enchente trágica em 2024.
Em uma recente entrevista ao The AgriBiz durante a COP30, Altieri disse que a safra estava “desafiadora” para o agricultor. “O produtor está brigando para ter rentabilidade”, disse na ocasião.
Para 2026, a Yara espera “um mercado ao redor de 48 milhões ou 48,5 milhões de toneladas, com boas perspectivas em certas culturas, como o café e frutas”, de acordo com Schmtiz.
No caso dos grãos, a companhia projeta um cenário de estabilidade, resultado de uma menor rentabilidade, por um lado, e, por outro, de uma maior adoção de tecnologias.