SLC

Após a definição do acordo comercial entre Estados Unidos e China, o mercado de soja se volta ao próximo desdobramento que pode dar um impulso aos preços: a colheita americana.

“É de fundamental importância acompanhar a colheita da safra [americana]. A área plantada foi reduzida em 7%. Com isso, a produção global deve ficar dois milhões de toneladas superior ao consumo, um dos menores saldos dos últimos anos”, afirmou Aurélio Pavinato, CEO da SLC Agrícola, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira.

Em perspectiva, na safra 2024/25, essa sobra foi de 13,8 milhões de toneladas — e, na anterior, de 12,8 milhões de toneladas. Até mesmo na safra 2022/23 o patamar é similar, de 11,5 milhões de toneladas a mais do que o consumo.

No passado recente, a sobra de 2 milhões de toneladas é comparável ao cenário de 2020/21, quando houve superávit de 2,5 milhões de toneladas, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) apresentados pela SLC.

Isso não significa, entretanto, que a companhia dos Logemann esteja deixando para fixar preços na última hora. Ao contrário, a SLC já fixou 48% da soja 2025/26 a US$ 11 por bushel, além de ter fixado 35% da produção a um câmbio de R$ 5,92.

Na SLC, a exemplo do que deve acontecer no restante do Brasil, a área de soja cresceu. Levando também em consideração as aquisições recentes, a empresa aumentou em 14% a área plantada de soja, totalizando 431 mil hectares.

Além da soja

No agregado de soja, milho e algodão, a área plantada da SLC deve crescer 13,6% em 2025/26, com aumentos nas três commodities. O principal incremento deve ocorrer no milho, um aumento de quase 30% na comparação com a safra anterior, totalizando 159 mil hectares.

Com a escala (são mais de 836 mil hectares, considerando soja, milho e algodão), a SLC conseguiu minimizar um pouco o impacto do aumento do custo de fertilizantes para a próxima safra.

Inicialmente, a companhia tinha uma previsão de aumento de 10,2%, mas, nos dados apresentados neste trimestre, ficou em 9,7% de incremento, a um custo médio de R$ 7,7 mil por hectare.

“Fertilizantes estão mais caros, mas também estamos com um pacote tecnológico maior do que o da safra anterior, buscando maximizar a produtividade nas lavouras”, afirmou Pavinato.