Máquinas

John Deere vê queda de até 20% em vendas na América do Sul e reduz guidance

Demanda fraca levou a maior fabricante de máquinas agrícolas do mundo a reduzir sua estimativa de lucro para 2024 pela segunda vez

A fraca demanda por máquinas agrícolas levou a John Deere, maior fabricante de tratores do mundo, a reduzir o seu guidance para 2024 pela segunda vez. A previsão para as vendas na América do Sul é de uma retração acima da média.

A nova estimativa, divulgada junto com o balanço do segundo trimestre nesta quinta-feira, aponta um lucro líquido de US$ 7 bilhões este ano, abaixo do apontado no consenso Bloomberg para o ano, de US$ 7,5 bilhões. As ações caíram mais de 4%.

A contínua revisão das estimativas mostra que o cenário para a venda de máquinas está se deteriorando à medida que o ano avança. Em fevereiro, a expectativa da empresa era lucrar entre US$ 7,5 bilhões e US$ 7,75 bilhões. Em novembro, quando apresentou seu primeiro guidance para 2024, a John Deere esperava que o resultado líquido ficasse entre US$ 7,75 bilhões e US$ 8,25 bilhões.

“Estamos proativamente administrando nossa produção e o nível dos estoques para adequá-los às mudanças na demanda e posicionar o negócio para o futuro”, disse o CEO da John Deere, Mohn C. May, em comunicado.

A empresa espera uma queda entre 15% e 20% nas vendas de tratores e colheitadeiras na América do Sul este ano — a projeção é para a indústria como um todo, não só para a John Deere. Em fevereiro, a expectativa era de um recuo de 10%. No início do ano, a Anfavea estimou que as vendas de máquinas agrícolas no Brasil cairiam 11%.

No Brasil, principal mercado da John Deere depois dos Estados Unidos, a companhia concedeu férias coletivas aos trabalhadores da sua fábrica em Horizontina, no Rio Grande do Sul, para ajustar a oferta à demanda no final de março.

A gigante de máquinas também vê uma deterioração dos negócios nas outras regiões em que opera, mas em menor medida: as vendas do setor nos Estados Unidos e no Canadá devem cair entre 10% e 15%, enquanto a Europa deve registrar uma retração de 15% este ano. Somente na Ásia a Deere espera um recuo modesto.

Dados consolidados

O desempenho na região deve levar a receita líquida da John Deere com a venda de máquinas agrícolas (incluindo produtos voltados à agricultura de precisão) a uma queda de 20% a 25% no ano. A margem operacional deve recuar de 26% no ano passado para 21,5% em 2024, na melhor das hipóteses.

No segundo trimestre, as vendas de máquinas agrícolas e de agricultura de precisão caíram 16% globalmente, em comparação com o mesmo período de 2023, para US$ 6,6 bilhões. A receita consolidada da John Deere, considerando outros segmentos de negócios, caiu 12%, para US$ 15,2 bilhões. O lucro líquido atingiu US$ 2,4 bilhões, uma queda de 17%.

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