Planta de etanol da FS em Lucas do Rio Verde

A FS, uma das maiores produtoras de etanol de milho do Brasil, apresentou mais um trimestre forte operacionalmente, o que permitiu à companhia manter a alavancagem em níveis baixos mesmo voltando a investir em uma nova usina.

No segundo trimestre da safra 2025/26, período encerrado em setembro, a FS reportou um Ebitda recorde, R$ 957 milhões, o que representa um crescimento de 27% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem ficou em 27,7%, praticamente estável os 28,1% registrados um ano antes. A receita líquida subiu 29%, para R$ 3,5 bilhões, e o lucro líquido avançou 54%, atingindo R$ 456 milhões.

No balanço divulgado ontem, a companhia destacou ganhos de produtividade devido a melhorias industriais. O processamento de milho subiu 7% na comparação anual, para 1,5 milhão de toneladas, resultando num aumento de 6,8% na produção de etanol. As vendas do biocombustível avançaram 11%.

Além dos maiores volumes, a empresa controlada pelo Summit Agricultural Group se beneficiou de um aumento de 4,3% no preço de venda líquido do etanol, que ficou na média em R$ 2,781 por litro — acima do indicador Esalq para o etanol hidratado no período, de R$ 2,654 o litro. Assim, a receita com etanol subiu 16%.

Os preços do DDG também se recuperaram em relação ao segundo trimestre do ano passado, seguindo maiores preços de seu substituto na ração animal — a receita com as vendas de óleo de milho também aumentou, refletindo preços maiores.

O balanço também mostrou um aumento de 23% na dívida líquida, que atingiu R$ 8,5 bilhões. Segundo a empresa, esse crescimento está relacionado ao fluxo de caixa operacional negativo devido a um maior consumo de capital de giro sazonal relacionado aos pagamentos de milho.

O capex somou R$ 304,2 milhões, um aumento superior a 300%, devido aos investimentos para a construção da quarta usina de etanol de milho da FS, que será construída em Campo Novo do Parecis (MT). As obras estão dentro do cronograma e orçamento — do investimento total de R$ 2 bilhões, R$ 1,6 bilhão já está contratado. O início das operações está previsto para dezembro de 2026.

Mesmo assim, a alavancagem ficou em 2,7 vezes, permitindo à companhia voltar a pagar dividendos. No trimestre, a distribuição totalizou R$ 549,8 milhões, parcialmente compensada pelo pagamento de empréstimos com acionistas no valor de R$ 268,4 milhões.