Numa assembleia pacata para os padrões da BRF, os acionistas aprovaram na manhã desta segunda-feira a exclusão da poison pill de 33,3%, pavimentando o caminho para que Marfrig e Salic façam o aumento de capital de R$ 4,5 bilhões na dona da Sadia.
A decisão contou com a aprovação de 32,2% dos votos dos presentes, contra 15,6%. Parte interessada no assunto, a Marfrig se absteve da votação. A Previ, uma acionista histórica que atualmente detém 6,2%, também se absteve. A AGE contou com o quórum de 76,7% dos acionistas.
Numa demonstração da capacidade de aglutinação de Marcos Molina, até mesmo os principais herdeiros do fundador da Sadia aprovaram as decisões. Walter Fontana e o ex-ministro Luiz Fernando Furlan, que foram executivos e conselheiros da BRF por muitos anos, votaram favoravelmente à exclusão da poison pill mesmo com a diluição.
Nem todos os herdeiros, porém, tiveram a mesma percepção. Na assembleia, Alex Renato de Maura Fontana pediu a palavra para criticar a diluição a que os acionistas sofrerão com o aumento de capital.
“Vamos para um novo processo de diluição no capital da empresa e não temos visto uma evolução notoriamente positiva no andamento da empresa”, disse o acionista, lembrando que a BRF já havia feito um follow-on no ano passado — na ocasião, a companhia levantou R$ 5,4 bilhões.
A reunião, feita por videoconferência, durou 43 minutos. Pela BRF, participaram Fábio Mariano (CFO e diretor de relações com investidores), Augusto Cruz (membro do conselho de administração) e Attilio Guaspari (membro do conselho fiscal).