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Demanda por CDCA do BTG bomba: R$ 12,1 bi

Em volume, captação só fica atrás das debêntures incentivadas da CCR; Banco fez a emissão usando a trading Engelhart

A demanda pelos CDCAs do BTG Pactual explodiu. A captação já estava longe de ser tímida, alcançando R$ 8,5 bilhões, mas encontrou apetite de sobra no mercado: a demanda foi de R$ 12,1 bilhões, ou 1,43 vez o book, apurou The AgriBiz.

É a prova de que o banco de André Esteves conseguiu explorar um atalho de funding mais barato após as restrições do CMN. Além disso, a captação é, em si própria, um marco histórico. 

Com a emissão, o banco é o emissor indireto do título isento mais demandado pelo mercado desde que essa classe de ativos surgiu no país. Em volume, só perde para a emissão de debêntures incentivadas de R$ 10,7 bilhões da CCR — emissão preenchida principalmente pelo BNDES. 

O banco disponibilizou ao mercado três tranches (de 5, 7 e 10 anos) com três séries cada, remunerando com juros entre 101% e 104% do CDI. Todas as séries tiveram demanda além do volume da emissão. Restrita a investidores qualificados, a oferta foi coordenada pelo BTG e pela XP Investimentos. A liquidação do CDCA deve acontecer amanhã, 13 de agosto. 

Tecnicamente, o CDCA é um título de crédito da mesma família dos CRAs, papéis criados durante a gestão de Roberto Rodrigues no Ministério da Agricultura, para atrair financiamento privado à agricultura brasileira. Em tese, um banco não estaria enquadrado entre os emissores desse tipo de título. 

O trunfo do BTG para conseguir fazê-lo está em ser dono da Engelhart CTP, trading que originou 7,4 milhões de toneladas de grãos no ano passado. Os recursos captados só podem ser usados para os negócios com commodities agrícolas da trading. Mas, na prática, como ela está dentro do balanço do banco, os recursos funcionam como uma alternativa de funding mais barato para uso na tesouraria.

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