Oito meses depois de captar R$ 500 milhões em uma emissão de CRAs, a Boa Safra vai voltar a acessar o mercado de capitais. A companhia autorizou nesta tarde uma nova emissão, de até R$ 625 milhões, aumentando o poder de fogo no mercado de sementes.
Os recursos, assim como na operação do início deste ano, serão usados para reforçar o capital de giro da companhia.
A sementeira vai dividir a captação em quatro tranches, também lastreadas em CPRs financeiras. Ainda não há um prospecto da operação (dado que a assembleia que aprovou a emissão foi realizada na noite de hoje, 7) mas as taxas-teto já foram divulgadas.
A primeira tranche será remunerada a 104% do CDI. A segunda, na maior taxa entre DI 2032+0,45% ou 13,99% ao ano. A terceira seguirá a mesma lógica, mas usando o DI 2034+0,50% e 14,03% ao ano. A última vai ponderar o Tesouro IPCA+juros semestrais 2032 acrescido de 0,80% e 8,33% ao ano.
Ainda não há datas fixadas nem para a emissão e nem para os prazos de vencimento dos títulos, documentos que vão constar no prospecto da emissão — junto com as datas de bookbuilding.
Ao longo dos últimos quatro anos, a Boa Safra tem investido cerca de R$ 200 milhões ao ano em aumento de capacidade operacional. Neste trimestre, a companhia atingiu, mais uma vez, o limite da capacidade instalada, de 280 mil big bags.
“A gente tem uma oportunidade enorme de crescimento na soja, tem uma avenida para continuar crescendo organicamente. Nas outras culturas, soja, milho, forrageiras, feijão, tem uma pista ainda para construir, não é nem uma avenida. E a gente ainda está na terraplanagem”, afirmou Marino Colpo, CEO da Boa Safra.
No caminho para explorar essa oportunidade, a sementeira conta com uma vantagem e tanto: um endividamento baixo, na casa de 1 vez Ebitda, considerando o acumulado dos últimos doze meses até junho.
A dívida líquida no segundo trimestre — o pico da formação de estoques da empresa — é de R$ 223 milhões. No mesmo período do ano passado, era de R$ 122 milhões.
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Apesar de a emissão ainda não ter prospecto, a companhia já deixou claro quais são os bancos envolvidos na captação. A XP lidera o sindicato, que também conta com BTG Pactual, Bradesco BBI e Itaú BBA.