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Acionistas da BRF aprovaram fusão com Marfrig; 78% de votos favoráveis

Walter Fontana pediu a responsabilização da acionista Latache por agir contra os interesses da dona da Sadia

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Em uma assembleia extraordinária que durou 38 minutos, os acionistas da BRF confirmaram nesta terça-feira a aprovação da fusão com a Marfrig, uma transação que agora só depende do aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a conclusão.

Como mais de 90% dos minoritários já haviam votado antecipadamente, com a maioria aprovando a transação, a assembleia era basicamente uma formalidade, uma vez que os controladores (o empresário Marcos Molina e a esposa Márcia) apoiam a união entre BRF e Marfrig.

Com um quórum de mais de 90%, os acionistas da BRF aprovaram todos os itens da pauta. Incluindo o voto dos controladores, a taxa de aprovação das matérias atingiu 78%. Apenas 6,9% foram contrários à fusão, e 14,6% se abstiveram.

Presidida por Augusto Cruz, membro do conselho de administração da BRF e do comitê independente que analisou a fusão com a Marfrig, a assembleia foi secretariada por Chico Müssnich, sócio-fundador do BMA e um dos mais renomados advogados societários do País.

Os trabalhos transcorreram de forma amistosa, com apenas duas manifestações de voto contrárias à união entre Marfrig e BRF.

Renato Chaves, um investidor conhecido pelo engajamento nos temas de governança, votou contra todos os itens, assim como Alexandre Costa Rangel, advogado que representa os fundos geridos pela Latache — como se sabe, a gestora de Renato Azevedo tentou adiar a assembleia na Justiça, sem sucesso, e questionou a fusão no Cade.

A assembleia também contou com uma manifestação enfática de Walter Fontana Filho, um acionista histórico. Fontana, que já liderou a Sadia e é neto do fundador Atilio Fontana, votou pela aprovação da fusão e criticou duramente a postura da Latache.

“Registro minha perplexidade pelas medidas que vem sendo colocada pelo fundo Nova Almeida”, disse o advogado Mateus Garcia, lendo a carta de Walter Fontana.

O acionista também citou os argumentos que a Latache apresentou no Cade para tentar barrar a fusão. “Ao sustentar que incorporação resultaria em prejuízos a empresas concorrentes, o fundo atua flagrantemente contra o melhor interesse da BRF e de seus acionistas”, disse.

Diante disso, o advogado de Fontana sugeriu que a BRF avalie a necessidade de ingressar com medidas (eventualmente, judiciais) para responsabilizar o fundo da Latache por seus atos.

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