
Finalizados os trabalhos de limpeza e desinfecção da granja comercial em Montenegro (RS), onde foi detectado um foco de gripe aviária, começa hoje o período de 28 dias de vazio sanitário necessário para que o Brasil possa se autodeclarar livre da doença — desde que não haja registro de novos focos nesse intervalo.
Se conseguir comprovar a contenção do vírus durante esse período, o Ministério da Agricultura estará em condições mais favoráveis para negociar a reabertura de mercados.
Por isso, o setor aguarda ansiosamente os resultados dos testes realizados em outras duas granjas comerciais que apresentaram suspeitas de gripe aviária: uma em Ipumirim, no oeste de Santa Catarina, e outra em Aguiarnópolis, no norte do Tocantins.
Se os resultados forem negativos, o ministério deve intensificar as negociações para que os parceiros comerciais flexibilizem as restrições ao frango brasileiro.
Segundo a pasta, 22 importadores suspenderam as compras de carne de frango de todo o Brasil devido ao foco de gripe aviária identificado na semana passada. O grupo, que inclui importantes parceiros como a China e a União Europeia, representou cerca de 40% das exportações de aves no ano passado.
Outras nações restringiram a barreira apenas ao Rio Grande do Sul, enquanto Japão e Emirados Árabes Unidos, que já haviam adotado o princípio da regionalização, suspenderam as compras apenas de Montenegro.
No caso suspeito em Tocantins, o ministério já havia declarado que as amostras coletadas revelaram a presença de Influenza A, mas com baixa probabilidade de se tratar de uma amostra com alta patogenicidade. Em Santa Catarina, a hipótese é de que a mortalidade dos frangos esteja relacionada a um sistema de aquecimento no local, e não ao vírus H5N1.