
Pela primeira vez na história, o grupo paraguaio Concepción ultrapassou os US$ 2 bilhões em faturamento anual, cumprindo uma meta que a companhia do brasileiro Jair Lima vinha perseguindo.
A companhia apresentou os resultados financeiros do terceiro trimestre, em teleconferência com analistas de crédito e investidores que detêm os bonds da companhia.
Com o desempenho do trimestre, a receita acumulada do Concepción em doze meses chegou a US$ 2,06 bilhões, um crescimento de 18% na comparação com os US$ 1,74 bilhões reportados no mesmo intervalo do ano anterior.
Desse total, o Brasil é de longe o mercado mais relevante. Por aqui, o grupo é dono da BMG Foods. No terceiro trimestre, as vendas no mercado brasileiro representaram 46,2% da receita. Na sequência, aparecem China (26,8%), Paraguai (7,5%) e Chile (3,8%), entre outros.
De julho a setembro, a receita do grupo Concepción chegou a US$ 645 milhões, incremento de 48,6%. A companhia bateu recorde de bovinos (449,7 mil cabeças) e suínos (163 mil). O Ebitda aumentou 43%, beirando US$ 77 milhões — o que significa uma margem de 11,9%.
Apesar do crescimento, as flutuações na taxa de câmbio dos países em que a companhia atua tiveram um impacto de US$ 32,9 milhões no resultado financeiro, US$ 32,9 milhões, o que reduziu o lucro líquido do trimestre em 35%. No trimestre, o Concepción lucrou US$ 5,2 milhões.
A companhia fechou setembro com um índice de alavancagem estável, em 2,9 vezes. Boa parte das dívidas (70%) vende no longo prazo.
Em recente entrevista ao The AgriBiz, o CEO da BMG Foods, Renan Lima, disse que o objetivo do grupo é desalavancar a partir de 2026. Neste ano, o grupo conclui um expressivo ciclo de investimentos, que inclui a expansão no Brasil.