
BELÉM (PA) – Nesta quarta-feira, na COP30 no Brasil, Lula frustrou jornalistas que o aguardavam para uma coletiva de imprensa, enquanto o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, fez um vídeo engraçadinho no Instagram reconhecendo que a Conferência pode ser difícil de compreender. Além disso, protestos na BlueZone exigem o fim dos combustíveis fósseis, e os países tentam sair do Brasil com um cronograma para debater metas de redução do uso deles nas próximas COPs.
Confira as curtas da COP:
ELE NÃO VEM MAIS. A perspectiva de uma coletiva de imprensa com o presidente Lula fez jornalistas se amontoarem na frente da sala em que a entrevista foi marcada. No meio do empurra-empurra, uma checagem de nomes e veículos era realizada na porta. Contudo, depois de um breve espaço de tempo, seguranças da ONU vieram avisar que a sala estava cheia — e ninguém mais entrou. Um dos seguranças chegou a dizer “Podem ir embora, o presidente não vai vir aqui”. Mas a multidão ficou (e reclamou).
DINHEIRO PRO ALTO? O corredor da Blue Zone foi tomado, ainda que por poucos minutos, por um coro de “make them pay, make them pay”, no ritmo da famosa Bella Ciao. Era, é claro, um protesto — contra o uso de combustíveis fósseis. Além da apresentação melódica, notas falsas de dinheiro eram jogadas para o alto, no intuito de reforçar o argumento. Curiosos se amontoaram para ver.
MAPA DO CAMINHO. Falando neles, uma articulação entre países, com Alemanha, Reino Unido e Colômbia à frente, está tentando incluir nas decisões finais da COP30 uma espécie de mapa do caminho para o fim do uso dos combustíveis fósseis. Nas contas dos observadores, a proposta teria o apoio de cerca de 80 delegações. A ideia, até aqui, não é definir metas, mas ratificar um cronograma para o debate delas nas próximas COPs.
MEA CULPA MEMÉTICO. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, protagonizou um “reel” — vídeo curto e engraçadinho no Instagram — no qual reconhece, bem-humorado, o quão difícil pode ser compreender em que pé estão as conversas para tentar salvar o planeta. “As negociações são complexas. Outro dia, fui tentar dar uma explicação na coletiva, mas pelo jeito não entenderam. Aí eu decidi fazer uma carta, explicando a explicação, mas também não ajudou.” Corrêa do Lago finaliza dizendo que espera ficar a cada dia mais compreensível — no vídeo, no entanto, ele acaba não explicando nada.
MAIS HORA EXTRA. Desde ontem e até o último dia da COP30, na sexta-feira (21), a organização do evento estendeu mais uma vez o horário de encerramento das reuniões de alinhamento entre os países, de 18h para 21h.
HÍBRIDO-FLEX. O MBCBrasil divulgou na COP30 um estudo recém-publicado com estimativas para a descarbonização da mobilidade até 2040. Em um painel na Blue Zone com a Marcopolo e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o instituto divulgou algumas conclusões do trabalho. Nas projeções da LCA Consultores, que preparou o estudo, a participação dos veículos eletrificados deverá crescer 44 vezes até 2040, com os híbridos-flex chegando a 72% da frota.
QUASE R$ 1 TRILHÃO. A Coalizão do Agronegócio apresentou um estudo com caminhos para a descarbonização no setor. A principal conclusão do trabalho é a estimativa de que seriam necessários entre US$ 130 bilhões (R$ 693,4 bilhões) e US$ 180 bilhões (R$ 960,1 bilhões) para sustentar as 15 iniciativas sugeridas. Com mais de 40 membros, a Coalizão é organizada pelo Conselho Empresarial de Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e liderada por representantes de seis cadeias do agro: Amaggi, Bayer, Citrosuco, Nestlé, Syngenta e Tereos. (Colaborou Rafael Gregorio)