
BELÉM (PA) – No sétimo dia da COP30 no Brasil, o ministro alemão do Meio Ambiente elogiou Belém (PA) em tentativa de limpar a barra do país europeu após críticas de chanceler à capital paraense. Enquanto isso, secretária de cultura e turismo de Belém interage (bem, obrigado) com embaixador do Azerbaijão, secretário do Mapa sinaliza autorização para exportar pescados à União Europeia, Papa Leão XIV pede pressa aos líderes mundiais na busca por soluções climáticas, e seguros entram na pauta da Conferência do Clima.
Confira as curtas da COP:
ESSA É A MISTURA DO BRASIL COM… AZERBAIJÃO. “Tá gostando do carimbó, embaixador?”. A pergunta veio de Cilene Sabino, secretária de Cultura e Turismo de Belém, dirigida ao embaixador Rashad Novruz, do Azerbaijão, em meio a uma plateia diversa, reunida no encerramento das atividades da COP no final de semana. A julgar pelos pulos entusiasmados do embaixador, a resposta foi um claro “sim”.
BOA NOTÍCIA. Além da aprovação do pré-listing para a comercialização de carne de frango e ovos na União Europeia, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua, afirmou na COP30 que está marcada para o início de junho a auditoria para os pescados brasileiros. “Nós esperamos que com o prazo dessa auditoria, haja tempo de preparo dessas informações. Está agendado para a segunda semana de junho de 2026”, afirmou.
CONEXÃO INDÍGENAS-AGRO. Ana Pires, indígena do povo Gabili Marworno, localizado em Macapá (AP), ressaltou a conexão entre o agro e o povo indígena. Numa convivência com cinco fazendas no entorno das áreas demarcadas da aldeia de 4 mil pessoas, Pires destacou o trabalho feito com abelhas nas fazendas — dada a proliferação do inseto no pós-colheita. “Nós temos parceria com o agro, eles doam soja pra gente, emprestam terreno pra gente plantar, emprestam terreno pra gente criar abelha, eles me dão a chave da porteira. Nós temos uma parceria muito legal”, afirmou.
SEM COBERTURA. Um estudo da Mapfre divulgado hoje na COP30 mostra que, em 2024, as perdas por desastres naturais chegaram a US$ 368 bilhões, e só 48% tiveram cobertura de seguros — a “lacuna global de proteção” chegou a US$ 191 bilhões. Segundo o trabalho, o aquecimento global tocou em 1,6°C no ano passado em relação ao nível pré-industrial, e os países pobres são os mais vulneráveis, com a cobertura de seguros em 19% na América Latina e em 17% na Ásia. O estudo recomenda mais parcerias público-privadas, maior uso de seguros paramétricos, melhor mensuração de risco e maior uso de bônus verdes.
FOI MAL. Após a divulgação de que o chanceler alemão, Friedrich Merz, desdenhou de Belém (PA), o ministro alemão do Meio Ambiente, Carsten Schneider, jogou panos quentes. Ele disse que o Brasil é “um país maravilhoso” e lamentou não poder ficar mais tempo na cidade. Ainda assim, a Alemanha deve fazer uma retratação oficial pelo comentário de Merz, que caiu mal não só nos governos da cidade e do Pará como também junto a diplomatas europeus.
SANTO CARBONO. O Papa Leão XIV afirmou que a mudança climática não é uma ameaça distante, e conclamou as lideranças na COP30 a agirem com mais pressa. Em sua primeira manifestação sobre a Conferência, ele afirmou que o progresso recente não foi suficiente: “O Criador está chorando na forma de inundações, secas, tempestades e aquecimento”.