Chuva em campo de soja | Crédito: Schutterstock

Após a sequência de pelo menos oito tornados em Santa Catarina e Paraná, um deles com ventos estimados na casa dos 300km/h, o momento é de contabilizar os prejuízos nas cidades e no campo.

Ainda não há uma estimativa de valores, mas o Departamento de Economia Rural (Deral), do Paraná, informou que houve perdas pontuais em milho, tabaco, pinus, eucalipto e tomate.

Já em soja, as perdas foram mais abrangentes, inclusive com ocorrência de erosão do solo, arraste de sementes, perdas de plantas recém emergidas e ocorrência de granizo acima do normal, exigindo replantio. No trigo, também houve danos abrangentes, com perda na qualidade dos grãos que vêm sendo colhidos.

A chuva mais intensa permanecerá sobre o centro e sul do País, alcançando sobretudo os estados do Paraná e de Mato Grosso do Sul entre o domingo e a segunda-feira que vem.

A precipitação virá acompanhada de ventos fortes e granizo, especialmente em Mato Grosso do Sul. Nas pastagens do Pantanal e no nordeste do estado, a umidade do solo deve melhorar.

Por outro lado, no Paraná, mais um evento de chuva forte manterá as atividades de campo em um ritmo mais lento que o ideal no início da próxima semana.

Além disso, produtores têm relatado que o desenvolvimento radicular da soja não é dos melhores por conta da elevada umidade do solo. Caso a chuva enfraqueça subitamente, há risco de diminuição da produtividade em alguns municípios.

E essa mudança de cenário, com diminuição da chuva no Sul e aumento no Norte e Nordeste, deve acontecer em breve. Entre 20 e 26 de novembro, as frentes frias estacionarão sobre a Bahia, levando precipitação mais significativa ao Matopiba, norte de Minas Gerais e de Goiás, Espírito Santo, sul do Pará e interior de Pernambuco.

A precipitação chegará tardiamente para muitos estados e vários deles enfrentarão replantios. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a germinação da soja não foi ideal e o replantio será necessário em Goiás, Minas Gerais e Tocantins, além do Paraná — neste último caso, por conta das tempestades.

Além disso, de acordo com o último relatório da Conab, o plantio da oleaginosa está mais atrasado neste ano comparando-se com 2024: foi finalizado em 58% das áreas, ante 66% no mesmo período do ano passado.