produtores inadimplentes Serasa dívidas

Pouco mais de 8% da população rural brasileira está inadimplente — um avanço de 1,1 ponto percentual na comparação anual. A conclusão é da Serasa Experian, que mostra a evolução dos atrasos superiores a 180 dias no segundo trimestre.

Também há aumento do número de inadimplentes em relação ao início de 2025. Nos primeiros três meses do ano, os produtores em atraso somavam 7,8% do total, refletindo, portanto, um aumento de 0,3 ponto percentual para os três meses encerrados em junho.

A plataforma ainda faz uma divisão entre grandes produtores, médios, pequenos e aqueles sem informação de registro em cadastro rural (pode englobar arrendatários de terras e grupos econômicos ou familiares relacionados).

Os grandes produtores compreendem os donos de propriedades cuja soma das áreas seja de mais de 15 módulos fiscais (lembrando que os módulos variam de tamanho de região para região). Os médios, de 4 a 15 módulos fiscais e, os pequenos, de até quatro módulos fiscais.

Nessa análise, a inadimplência dos produtores sem registro é de 10,5% do total, seguida pelos grandes proprietários, que concentram 9,2% do total. Os atrasos dos médios proprietários somam 7,8% e, dos pequenos, de 7,6%.

Rio Grande do Sul tem a menor inadimplência

Ao segmentar a inadimplência de produtores rurais por estado, a Serasa mostrou que o Rio Grande do Sul tem a menor inadimplência (4,9% da população rural em atraso), seguida por Santa Catarina (5,6%) e Paraná (5,7%). Fatores como o uso de seguro rural e a iniciativa do governo para renegociação dívidas rurais ajudam a explicar essa conta.

Entre as maiores taxas, por outro lado, destaca-se o Amapá, na liderança com 19,5%, seguido por Amazonas (13,9%) e Roraima (13%).

No Mato Grosso, 10,1% dos produtores estavam em atrasos superiores a 180 dias, percentual que foi de 8,6% em Goiás e de 7,9% no Mato Grosso do Sul.

***

Para a análise, a plataforma considerou apenas dívidas vencidas com mais de 180 dias, chegando ao limite de até cinco anos, somando pelo menos R$ 1 mil. São incluídas as dívidas com bancos, fundos de investimento, cooperativas de crédito, agroindústria, revendas, além do setor de transporte de carga, varejo e telecomunicações.

O cálculo sobre o percentual de inadimplência é feito com base nas 10,5 milhões de pessoas físicas mapeadas na população rural do Brasil, que reflete uma base de pelo menos três registros.

Um deles é o Cadastro Ambiental Rural (CAR), além do Cadastro Federal de Imóveis Rurais, ou, ainda, pessoas que tiveram financiamentos rurais no último ano ou que, ainda, têm registro de atividade de produtor rural no Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços (SINTEGRA).