
A Kepler Weber acaba de confirmar, por meio de fato relevante, que recebeu uma proposta da Grain&Protein Technologies (dona da GSI) para uma combinação de negócios entre as empresas. O interesse da GSI pela Kepler foi antecipado por The AgriBiz mais cedo nesta terça-feira.
De acordo com o comunicado, a Kepler Weber concordou em conceder exclusividade de 90 dias para a dona da GSI avaliar, negociar e documentar a possível transação. Até o momento, não há acordos vinculantes celebrados entre as empresas.
A informação das negociações entre as empresas é o pano de fundo para a movimentação atípica das ações da Kepler nos últimos dias. Fontes que acompanham o negócio dizem que a disputa prometia ser mais ferrenha. Outros interessados estavam se articulando, o que poderia aumentar o valor da empresa. Mas a exclusividade concedida para a GSI pode impedir uma disputa mais aberta, disse uma fonte.
Também nesta terça-feira, o colunista Lauro Jardim, de O Globo, escreveu sobre um suposto interesse da Bunge na empresa. Mas, no fato relevante, a Kepler disse desconhecer qualquer operação envolvendo a Bunge.
Nas negociações com a Kepler, a GSI é assessorada pelo Morgan Stanley, disse uma fonte.
Controlada pela firma de private equity AIP (American Industrial Partners), que comprou a companhia da AGCO em 2024, a GSI é o maior player de silos agrícolas dos Estados Unidos, mas possui uma participação de mercado diminuta no Brasil, da ordem de 10%.
Curiosamente, não seria a primeira tentativa da GSI. Em outras duas encarnações, os americanos fizeram ofertas pela brasileira. A primeira vez ocorreu em 2007, quando a Kepler Weber passava por uma grave crise financeira e GSI era um negócio independente.
Dez anos depois, quando a GSI estava sob o controle da AGCO, uma nova tentativa. Com uma oferta de US$ 185 milhões, os americanos até chegaram a um acordo com a Previ e Banco do Brasil, que tinham 35% do capital da Kepler à época, mas desistiram posteriormente.