FMC

A perspectiva de um 2026 ainda bastante difícil e carregado de ajustes pesou sobre os papéis da FMC. Depois de cair 23% no after-market da NYSE ontem (29), as ações da empresa derretem 43% no pregão desta quinta-feira.

“Se projetarmos as vendas em 2028, veremos um alto nível de conforto na forma como a companhia deve operar. Nessa data, estaremos numa posição que mais vai parecer a empresa que éramos em 2018. Em 2026, nosso foco será proteger o portfólio essencial”, resumiu Pierre Brondeau, CEO da FMC, a analistas.

Direto, o executivo explicou que a situação atual da FMC é uma combinação de um mercado mais fraco do que se projetava há um ano com uma companhia cujos custos de produção não estavam no patamar ideal.

“Sabíamos que tínhamos um custo de produção que não era o mais competitivo para todo o portfólio. Inicialmente, acreditávamos que conseguiríamos conviver com isso pelos próximos dois a três anos. Mas, com a demanda fraca, vimos os genéricos ganharem mais espaço e tivemos de repensar nosso portfólio”, explicou, no call.

Nessa reestruturação, a FMC deve manter no portfólio o inseticida Rynaxypyr, além de quatro novos ingredientes ativos e duas moléculas. Todo o resto pode ser migrado para outras fábricas ou para um fornecimento diferente do atual.

A grande aposta da empresa, que dá suporte à expectativa de crescimento até 2028, está em novas moléculas a serem lançadas no mercado daqui para frente. “Nós sabemos mudar nosso processo de produção e temos uma demanda sólida por novas tecnologias que vamos comercializar, mas dependemos dos registros”, explicou Brondeau.

Por enquanto, a empresa não avalia a venda de ingredientes ativos que estejam em vias de serem comercializados — mas, para aliviar a pressão de caixa, não descarta formar sociedade com outras empresas para outras moléculas.

A saída de outras regiões fora a Índia não está nos planos, apesar das dificuldades. A demanda em países da América Latina e Ásia está abaixo do que a companhia esperava, mas a FMC considera que esse cenário pode ser corrigido daqui para frente.

“A Índia é um caso isolado e o único que entendemos ter um processo de venda. Com a saída do país, também vamos redimensionar nosso tamanho na Ásia. Não precisamos do mesmo tamanho de P&D e de marketing, por exemplo”, destacou Brondeau.