A chuva avançou pelo Brasil na semana passada e alcançou o Matopiba pela primeira vez desde o término do vazio sanitário na região. Apesar disso, a umidade do solo ainda não alcançou o mínimo necessário para o desenvolvimento agrícola em alguns municípios na divisa entre o Maranhão e o Tocantins, no sudoeste do Piauí e no oeste da Bahia.
A umidade do solo também está baixa entre o oeste de São Paulo, nordeste de Mato Grosso do Sul e sul de Mato Grosso, embora isso não impeça o desenvolvimento da soja até o momento, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Por outro lado, a umidade é favorável ao desenvolvimento agrícola na região Sul e no norte e oeste de Mato Grosso.
O plantio da primeira safra de milho alcançou pouco mais de 33% da área projetada até 18 de outubro, patamar semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado e na média dos últimos cinco anos. Já o plantio de soja alcançou quase 22% da área, mais adiantado que no ano passado, mas ainda abaixo da média dos últimos cinco anos, de acordo com dados da Conab.
Atualmente, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste estão sob domínio de uma grande área de alta pressão que mantém o tempo seco, ensolarado e com grande amplitude térmica. Essa condição ajuda o plantio de milho e soja e a colheita do trigo no Sul.
No Matopiba, apesar da presença de uma frente fria, ela não é capaz de levar chuva abrangente aos quatro estados.
Nova frente fria
O tempo deve começar a mudar a partir do fim de semana com o avanço de uma frente fria pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, oeste e sul do Paraná e sul de Mato Grosso do Sul. Nos dois dias, são estimados cerca de 40 milímetros em Foz do Iguaçu (PR) e Ponta Porã (MS) e 30mm em Chapecó (SC) e São Luiz Gonzaga (RS).
Até terça-feira, a frente fria alcançará São Paulo, sul de Minas Gerais, sudoeste de Goiás e oeste de Mato Grosso, gerando acumulado mais modesto, porém necessário ao desenvolvimento agrícola, entre 10mm e 25mm.
O avanço frequente das frentes frias faz com que o calor não tenha vez. A temperatura até deverá ser mais elevada no próximo fim de semana em São Paulo, mas declinará novamente a partir de terça-feira.
Para todo o mês de novembro, as simulações indicam um misto entre o início da influência do fenômeno La Niña e um padrão semelhante aos meses anteriores, onde a chuva foi mais frequente no Sul.
Neste contexto, ainda choverá mais que o normal em Santa Catarina e Paraná em novembro, algo que não é comum quando o fenômeno está totalmente ativo. Já no Matopiba, com exceção de chuva mais intensa no oeste da Bahia no início e no fim de novembro, boa parte da região receberá menos chuva que o normal.
O Sudeste e o Centro-Oeste serão beneficiados por este padrão, já que as frentes frias chuvosas ficarão mais ativas sobre as duas regiões ao longo do próximo mês.