Proteção

Brasilseg quer casar seguro rural com agricultura regenerativa

Ideia é disseminar seguridade a taxas mais baixas do que na média do mercado para quem aderir às práticas regenerativas validadas pelo consórcio Reg.IA

Fazenda Terra Viva, fornecedora da General Mills | Crédito: Divulgação

A Brasilseg, uma seguradora que pertence à BB Seguridade, é a nova integrante do Reg.IA — consórcio que vem disseminando e medindo os resultados das práticas de agricultura regenerativa.

A informação de que o Reg.IA recepcionaria novos membros, possivelmente de setores como seguradoras e bancos, foi antecipada pelo The AgriBiz em setembro, quando o programa divulgou seu balanço na última safra.

Anunciada nesta sexta-feira (10), a entrada da Brasilseg visa garantir proteção e estabilidade financeira aos produtores, segundo o Reg.IA (pronuncia-se “régia”).

Com a inclusão da Brasilseg, o objetivo da Produzindo Certo, idealizadora do Reg.IA, é “casar” a sustentabilidade ambiental com a seguridade rural. “Os produtores que adotarem técnicas validadas pelo consórcio terão menor exposição a perdas e maior valorização no mercado”, afirmou o consórcio em um comunicado.

Segundo o programa, um projeto piloto vai proporcionar seguros em condições melhores do que as encontradas no mercado a médios e grandes produtores em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo.

As taxas ainda estão sendo definidas, e a condição é que esses produtores adotem técnicas regenerativas validadas pelo consórcio, como rotação de culturas, cobertura vegetal, manejo adequado do solo e uso racional de insumos.

As fazendas serão acompanhadas por meio de diagnósticos socioambientais e de um score ESG que resultarão em planos personalizados de adequação. O objetivo é que o monitoramento — feito com visitas de campo, imagens de satélite e acompanhamento remoto — permita antecipar riscos e, ao mesmo tempo, assegurar a conformidade com a legislação ambiental.

“O seguro rural é um incentivo concreto para a transição regenerativa, garantindo estabilidade ao produtor e credibilidade à cadeia de grãos sustentáveis”, comentou Aline Locks, CEO da Produzindo Certo.

Paulo Hora, superintendente executivo de Resseguro e Agronegócios da Brasilseg, reforça esse conceito: “O seguro rural não é apenas uma ferramenta de proteção, e sim um agente de mudança”.

A ideia é levar o novo produto como um case na COP 30, a ser realizada em novembro, em Belém (PA). A parceria será um dos temas debatidos na Casa do Seguro, um hub promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) durante o evento.

“Os estudos já estão sendo finalizados para a apresentação. O que já sabemos com base nos dados do Reg.IA é que a adoção de práticas regenerativas reduz perdas e aumenta a resiliência, criando espaço concreto para condições de seguro mais vantajosas”, explicou Locks.

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Fundado pela Produzindo Certo, o Reg.IA conta com membros como Agrivalle, Bayer, BRF, Milhão Ingredients e Gapes, o Grupo Associado de Pesquisas do Sudoeste Goiano.

Em setembro, o consórcio anunciou dois novos membros. Um é a InPlanet, startup que gera créditos de carbono a partir do Intemperismo Acelerado de Rochas, no qual a reação entre água, CO2 e minerais remove carbono da atmosfera e restaura solos. O outro é a Proforest, um grupo sem fins lucrativos especializado em fomentar a produção e a compra de commodities agrícolas com impactos sociais e ambientais.