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A Corteva vai se separar. O mercado não gostou — ações tombam

"Vemos que as oportunidades para cada negócio estão se distanciando", disse o CEO, que vê a decisão como um passo lógico na estratégia da Corteva

Unidade da Corteva

A Corteva vai se dividir em duas. A companhia norte-americana anunciou nesta quarta-feira que o seu conselho de administração aprovou um plano para separar os negócios de sementes dos de defensivos agrícolas.

Em comunicado ao mercado, a Corteva apresentou a decisão como um passo lógico na sua estratégia de crescimento.

“Os mercados de sementes e de proteção de cultivos evoluíram e, com isso, vemos que as oportunidades para cada negócio estão se distanciando. A separação permitirá que cada empresa maximize a geração de valor de longo prazo ao focar em suas próprias prioridades”, disse o CEO, Chuck Magro.

O executivo vai comandar a empresa de sementes, o principal negócio da Corteva atualmente. Com uma receita estimada em quase US$ 10 bilhões em 2025, ou 56% do consolidado, a divisão de sementes também é a que tem o maior potencial de crescimento.

A Corteva vem liderando as inovações na nova tecnologia para sementes conhecida como edição gênica, apontada como uma nova revolução neste mercado.

Já a empresa de defensivos deve continuar apostando no segmento de biológicos para crescer. “Como companhia independente, sua estrutura de capital será projetada para sustentar necessidades futuras e garantir crescimento consistente”, disse a multinacional.

Separar os negócios de defensivos também pode proteger a sua divisão de sementes de eventuais multas associadas a seus químicos, como aconteceu com a Bayer, outra gigante de sementes e defensivos, nos últimos anos.

No comunicado, a Corteva ainda listou como benefícios de dividir os negócios ter equipes com maior foco estratégico e operacional, adotar uma estratégia de alocação de capital adaptada, com mais flexibilidade, e ter maior agilidade para se adaptar às mudanças de cada segmento.

O mercado financeiro, no entanto, não reagiu bem à notícia, que havia sido antecipada pelo Wall Street Journal no início de setembro. Por volta das 13h, as ações da Corteva caíam 8% na Bolsa de Nova York.

Além disso, há um risco de perda de tração comercial, ao reduzir a força que a Corteva possui por atuar de forma conjunta em dois negócios (sementes e defensivos).

Separar as companhias significará mais custos ou uma “desinergia”, no jargão do mercado. Pelas estimativas da própria Corteva, a separação aumentara os custo entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões.

A conclusão da operação está prevista para o segundo semestre de 2026.

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